Catabola e Andulo comemoram aniversário focados no desenvolvimento

     Sociedade           
  • Bié     Terça, 13 Julho De 2021    08h46  

Cuito - Os municípios de Catabola e Andulo, na província do Bié, celebram hoje (terça-feira) 58 e 50 anos, respectivamente, desde que foram elevados às categorias de cidade, numa altura em que as autoridades estão focadas na melhoria das condições sociais das populações.

 

Os vários projectos implementados pelo Governo, sobretudo o Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e o Plano Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), entre outros, têm permitido que essas localidades apresentem outros “rostos” nos últimos tempos, com o surgimento de várias infra-estruturas socioeconómicas, impulsionando assim o desenvolvimento dos municípios.

 

A nível de Catabola, antiga “Nova Sintra”, o grande desafio passa pela asfaltagem da sede municipal, uma empreitada já consignada em 2020, no âmbito do PIIM, mas interrompida por desacordo entre a administração municipal e a empresa construtora.

 

Elevado à categoria de vila a 13 de Julho de 1963, este município nunca beneficiou de asfalto, facto que contribuiu para o seu fraco desenvolvimento ao longo dos anos, por falta de investidores. Mas este cenário vai mudar rapidamente com o reinício das obras, para breve.

 

Em declarações exclusivas hoje à ANGOP, para falar dos desafios deste município numa altura que comemora mais um aniversário,  a administradora Alcida de Jesus Camateli garantiu faltarem pequenos acertos para o reinício dos trabalhos.

 

Outros grandes desafios para breve, segundo a gestora pública, tem que ver com a construção de um sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável, bem como a transportação e interligação de um sistema de energia de média tensão, para dar resposta à grande necessidade que a municipalidade ainda vive.  

 

De acordo com Alcida de Jesus Camateli, apesar de muito trabalho ainda por se fazer, hoje Catabola apresenta um panorama sócio-económico diferente, com infra-estruturas condignas, a livre circulação de pessoas e bens melhorou com a construção de mais pontes e com a intervenção parcial nas vias que interligam as comunas.

 

Disse ainda que actualmente pode-se encontrar em todas as comunas um pequeno sistema de água, as aldeias foram beneficiadas com a construção de manivelas, houve um crescimento na construção de escolas e hospitais quer na sede municipal assim como nas comunas.  

 

O PIIM e o PIDLCP vieram aumentar a esperança das comunidades em dias melhores, já que estão a permitir a construção de um centro materno infantil, três escolas de 12 salas de aula casa, uma de sete salas, reabilitação da escola de práticas agrárias, asfaltagem de 10 quilómetros de estrada e terraplanagem que ligam as comunas da Chiúca, Sande e Caiuera.

 

Está ainda em vista a reabilitação do jardim Walter Strangwai, construção de um centro de saúde na comuna da Chiúla, três acções de saneamento básico e aquisição de uma ambulância, num total de 11 projectos. Para isso beneficiou, no âmbito do PIIM, de um mil milhão, 990 milhões e 88 mil kwanzas   

 

Já a nível do PIDLCP, implementado desde 2020, Catabola beneficiou de 257 milhões 594 mil e 395 kwanzas, que estão a servir para o fomento da agricultura, pecuária, pescas, promoção do género e empoderamento da mulher no meio rural, cuidados primários de saúde e apoio às acções de cidadania, entre outros.

 

Habitado por cerca de 118 mil e 286 pessoas, Catabola possui uma superfície de 35.148 quilómetros quadrados, divididos em quatro comunas, nomeadamente Chiúca, Caiúera, Sande e Chipeta, sete povoações e 262 aldeias. O feijão manteiga, com uma colheita estimada em 400 mil toneladas por ano, constitui a bandeira e símbolo da região.

 

A região é muito rica em fauna selvagem, com particular destaque para os hipopótamos, elefantes, antílopes, crocodilos, onças, leões e javali, o que poderá constituir um importante atractivo turístico.

 

Os agricultores baseiam-se, essencialmente, na produção em grande escala do milho, feijão, mandioca, soja, batata-doce, café arábica, hortaliças, arroz (poucas quantidades, e outros que influenciam no desenvolvimento da região, e das famílias em particular, sobretudo, desde a entrada da circulação do comboio do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB).

 

Relativamente à cultura (danças tradicionais) todas as tribos têm na Chianda (palhaços masculinos e femininos), denominados Caviulas, como a mais apreciada, com predominância nas línguas Umbundu, Nganguela, Chokue, Luimbi, Songo e o Português, a língua oficial que serve de ligação entre os povos.

 

Hoje, o município de Catabola conta com 206 escolas, controla  mil e 305 professores. Tem 54 mil e 420 alunos matriculados.

 

Alcida Camateli referiu que a região necessita de pelo menos mais 245 escolas, para albergar as cinco mil e 256 crianças que se encontram foram do sistema de ensino

 

Quando ao sector da saúde, existem 17 unidades sanitárias distribuídas em todas as comunas, sendo um hospital municipal com 108 camas, um hospital missionário com 80 camas, quatro centros de saúde, e 11 postos de saúde.

 

São controlados 236 profissionais, dentre estes 19 técnicos superiores, 146 técnicos médios e necessita de 113 profissionais de diversas áreas para dar resposta dos problemas de saúde do município, caractericado por doenças respiratórias aguda, malária, diarreia, febre tifoide, hipertensão arterial, mal nutrição, HIV/Sida e tuberculose.

Quanto à energia electrica, o município depende exclusivamente de fontes térmicas, através de pequenas centrais que foram instaladas em todas as comunas.

 

A sede municipal possui uma rede electrica de baixa tensão, com uma extensão de 2 km, construído em 2007. Esta rede tem 180 luminárias públicas, sendo 120 apagadas e 60 acesas.

 

A administradora informou que a baixa produção de energia electrica deve-se à avaria do principal gerador de mil kva, desde Agosto de 2020.     

 

Quanto ao turismo, o município é detentor de muitos pontos turísticos, tais como as quedas de Tchitalela, Entre Rios, Confluência do rio Cuito no rio Cuquema e as quedas Cunje no Sande, entre outros, que necessitam de investimentos para alavanca-los.

 

A cidade foi fundada em 1820 por portugueses vindos de Lisboa: Contreiras e Pessoa Guimarães, Eduardo Cachuco, Castelo e Dinis. Era denominada Vila de Nova Sintra, até 1975.

 

Para celebrar a data foram preparados um leque de actividades, como a II edição da feira do feijão, workshop sobre Catabola ontem, hoje e amanhã, feira da literatura, inaugurações de obras no âmbito do combate à pobreza e outras actividades recreativas e atrativas.

 

Andulo em “Bodas de Ouro”

 

O município do Andulo tem sido dos que mais cresce na província do Bié.

 

É o segundo município com maior índice de crescimento populacional e económico do Bié, depois do Cuito, tendo começa já a “colher” os frutos do período pós-guerra, e caminha firme rumo ao crescimento económico.

 

Em 2002, por exemplo, não havia quase nada do que há hoje. Não havia sequer hospedaria para quem viesse visitar a região.

 

A vila era toda esburacada e as marcas do conflito armado eram muito fortes e visíveis em cada folha, cada árvore, cada parede e rua.

 

A cidade vai registando melhorias a cada ano que passa, sendo que o PIIM o PIDLCP vieram alavancar ainda mais tudo aquilo que já tem sido feito, em prol do bem-estar das comunidades.

 

Com o PIIM, o município foi contemplado com o valor de um mil milhão 961 milhões, 763 mil, 291 Kwanzas e 50 cêntimos, para 20 projectos de várias categorias, sendo 14 de empreitadas, cinco de fornecimento e um de prestação de serviço.

 

Concretamente, a construção de cinco escolas, sendo duas de sete salas de aula, e três de 12 salas de aula, projecto de colocação de lancis e construção de passeios na sede do município e na sede da comuna de Calussinga, projecto de construção de uma quadra polidesportiva, um parque infantil, um edifício para o funcionamento da Administração Comunal de Calussinga.

 

Constam ainda projecto de reabilitação e ampliação do Centro Materno Infantil, terraplanagem de 20 Km de estradas dos bairros periféricos da sede do município, aquisição de uma ambulância, três tractores, igual número de camiões de saneamento básico e de kits de limpeza e saneamento básico do meio e um de prestação de serviço.

 

Com o PIDLCP, o município recebeu 305 milhões 279 mil e 44 kwanzas, que, a par de Catabola, estão a servir paro fomento da agricultura, pecuária, pescas, promoção do género e empoderamento da mulher no meio rural, cuidados primários de saúde e apoio às acções de cidadania.

 

Constam igualmente o programa de fomento às acções culturais, desportivas e promoção do turismo, celebrações de datas comemorativas, encargos administrativos com o Programa de Combate à Pobreza no município, construção e reabilitação de infra-estruturas rurais, água e saneamento.

 

Este ano Andulo comemora as “bodas de ouro” com inaugurações de vários empreendimentos, que darão outra vitalidade à cidade, bem como serão entregues ambulâncias, valores monetários às mulheres vendedoras e ambulantes, kits de auto emprego, pequenas moageiras e cadeiras de rodas.

 

O acto será ainda marcado pela realização da VI edição do Fórum de Desenvolvimento Económico do Município.

 

O Andulo, situado a 130 quilómetros a Norte da cidade do Cuito, está limitado a Norte com a província de Malanje, através do rio Cuanza, a Sul, com os municípios do Cunhinga, e a Leste com Nhârea (Bié), a Sudoeste com os municípios do Mungo e Bailundo (Huambo) e a Noroeste com o Mussende e Kibala (Cuanza Sul).

 

A população é maioritariamente camponesa, dedica-se à cultura de milho, trigo, arroz, tubérculos, ginguba e café arábica.

 

Produz também, em pequena escala, o gergelim, feijão manteiga e feijão-frade, citrinos, bem como se dedica à criação de gado.

 

O nome do município teve origem num caçador (Chikolongonjo), hábil diplomata que conseguiu estabelecer grandes amizades com os nativos. A sua morte, devido a uma picada de cobra, provocou grande desgosto à população, o que levou à substituição do nome Chikolongonjo para Ndulo, que na língua local significa algo que amarga, ruim, dor. Ndulo também foi o nome da Embala mais antiga a norte da província do Bié, fundada por Ngola Kiluange, vindo de Pungo Andongo (Malanje).

 

A 13 de Julho de 1971 a vila foi elevada à categoria de cidade. A população está estimada em cerca 313 mil e 191 habitantes, com uma densidade demográfica de 39 habitantes por Km².

 

A sua estrutura administrativa é composta por quatro comunas, 27 bairros, 57 povoações, 583 aldeias e 53 Embalas.

 

Existem no município 168 escolas, perfazendo 884 salas de aula, que atendem desde o ensino primário ao II ciclo do ensino secundário. Conta com mil e 535 professores, para 75 mil e 344 alunos matriculados no presente ano lectivo.

 

Neste momento, são controlados 14 mil e 124 alunos fora do Sistema Nacional de Ensino.

 

Quanto à rede sanitária, é composta por três hospitais, um centro materno infantil, três centros de saúde e 31 postos de saúde, que contam com oito médicos, dos quais sete nacionais e um de nacionalidade cubana, e 232 enfermeiros.





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