Cuito - Os moradores da centralidade do Cuito, província do Bié, com mais de dois mil apartamentos e moradias, estão sem água potável há três dias, o que provoca imensas dificuldades aos seus mais de 20 mil habitantes.
Este problema resulta das intensas chuva que caem neste território, que causaram no dia 31 de Março a inundação do sistema de bombagem de captação, tratamento e distribuição deste líquido, deixando, igualmente, parte do Cuito, sem água.
Além da centralidade, os mesmos constrangimentos se tem verificado nos bairros Azul I, II, Njele, Tchissindo, Licimo, Cambuluco, Catemo, Engenharia, entre outros, há quase uma semana.
Numa ronda efectuada pela ANGOP, na centralidade do Cuito, foi possível constatar maior dificuldade no acesso à água por parte dos moradores, com alguns a terem que se socorrer à compra e outros buscam nos arredores, recorrendo a cacimbas.
É o caso, por exemplo, do cidadão Agostinho André, que disse ter estado a pagar 500 Kwanzas a cada barril de 70 litros, mesmo não sendo água tratada, por ser de cacimbas ou riachos.
Morador há quatro anos, Agostinho André explicou ainda ser a primeira vez que ocorre este constrangimento, tendo apelado às autoridades a superarem o mais breve possível o sistema de bombagem, visando minimizar a actual carência que se constata.
Já o cidadão Genivaldo Kaliata destaca a iniciativa das entidades em distribuir o precioso líquido com camiões e motorizadas, mas apela à necessidade de se fornecer com eficiência e eficácia em todas as quadras da centralidade, uma vez que há moradores que estão sem beneficiar nos últimos três dias.
Para Rosita da Silva, apesar das autoridades não estarem a comercializar o líquido, diz que urge a necessidade de se intensificar a distribuição regular da água, de modo a evitar que os residentes possam consumir água não tratada.
Já o funcionário da Administração do Cuito, Ângelo Mateus, assegurou estarem à disposição dois camiões e três motorizadas para fornecerem água à centralidade, embora admita serem poucos os meios para fazer face à demanda.
Para falar sobre o assunto, o vice-governador para a esfera Técnica e Infra-estrutura da província do Bié, José Fernando Tchatuvela, sublinhou que o Governo continua a trabalhar para recuperar o sistema de bombagem o mais breve possível.
Como alternativa, segundo disse, as autoridades estão a ensaiar uma bomba complementar, isto é, adaptada, de modo a minimizar a actual situação crítica que se vive na centralidade.
Outrossim, asseverou haver pouco constrangimento de distribuição de água à cidade do Cuito, apesar das restrições, uma vez que as famílias têm estado a consumir por algumas horas o produto proveniente do sistema do rio Kussola, em detrimento da centralidade que depende do Cuquema I e II.
No Cuito, a Empresa de Águas e Saneamento do Bié tem capacidade de bombear mil 421 metros cúbicos hora, incluindo já com o sistema do Cuquema II, mas actualmente está com menos de 800 metros cúbicos hora.
Este município conta com mais de 500 mil habitantes.