Chicomba – Os gastos com os combustíveis para a conservação de cadáveres na morgue do hospital municipal da Chicomba (Huíla), num período de 24 a 72 horas, estão a ser comparticipados pelas famílias, por falta de energia da rede pública.
Cada uma das famílias é obrigada a contribuir com 60 litros de gasóleo, para manter o gerador em funcionamento, principalmente para os casos de óbito extra-hospitalar.
Em funcionamento desde 2012, a morgue do hospital municipal da Chicomba tem seis gavetas e diariamente recebe um a três corpos de mortes extra-hospitalar, numa altura em que a municipalidade não dispõe de energia da rede pública.
Em declarações hoje, quarta-feira, à ANGOP, o director da unidade sanitária, Martim Júlio Joaquim, informou que a situação acontece, quando os familiares não estão disponíveis para realizar o funeral 24 horas após a morte, por várias razões.
Nesta conformidade, acrescentou, têm recorrido a instituição para a conservação dos corpos até a data do funeral, por um período que varia, entre 48 a 72 horas ou mais tempo, dependendo da necessidade da família.
“A população adere a esse modelo, normalmente quando maior parte dos seus familiares reside em localidades distantes e, enquanto aguardam pela sua chegada para a realização do funeral, contribuem com 60 litros de combustível, pois o hospital não dispõe de recursos suficientes para o efeito”, referiu.
Para a actividade interna do hospital, explicou, o gerador funciona no horário que vai das 08h00 às 15 horas, por causa do material de laboratório e outros administrativos, sendo que para os casos de morte intra-hospitalar os familiares estão isentos de qualquer comparticipação nos gastos com os combustíveis.
O município de Chicomba tem uma população estimada em 163 mil e 114 habitantes.