Cuito – A secretária executiva do Conselho Nacional da Acção Social (CNAS), Maria Luísa Ardolay, recomendou hoje, na cidade do Cuito, província do Bié, à criação de mais programas que visam apoiar directamente as crianças no país.
Maria Luísa Ardolay teceu estes pronunciamentos à imprensa, durante o acto de lançamento da campanha massiva de divulgação dos onze compromissos da criança no Bié, depois de ter efeito nas províncias do Cuanza Norte, Malange e Huambo.
O Conselho Nacional da Acção Social (CNAS) é um órgão de consulta e responsável pelo acompanhamento e controlo na execução das políticas de defesa dos direitos da criança.
Para tal, defende uma avaliação profunda do estado real das crianças, fundamentalmente em situação de vulnerabilidade nos 164 municípios do país, para se aferir as verdadeiras necessidades dos petizes em cada localidade e, consequentemente, implementar projectos assertivos a seu favor.
De acordo com Maria Luísa Ardolay, a medida visa relembrar bem como reactivar o compromisso que o Estado angolano assumiu com as crianças sobre o olhar atento das Nações Unidas que consubstanciaram-se no seu bem-estar, apesar das vicissitudes que o país enfrenta.
Municípios reactivam centros infantis comunitários
O administrador municipal do Cuemba, João Baptista Mário, disse, na ocasião, que, por via do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), construiu-se naquela localidade um centro infantil comunitário,
com a capacidade para trezentas crianças, que poderá entrar em funcionamento ainda este ano.
No local, poderão frequentar todas as crianças do município com dificuldades de sobrevivência bem como aquelas famílias que deparam-se com instabilidade social acentuada de cuidar e apoiar seus filhos.
Neste município existem perto de cinco mil crianças vulneráveis.
Já no município de Camacupa, segundo o seu administrador, José Lopinho, está em carteira o plano de reactivação, para este ano, do centro comunitário, parado já há quase cinco anos.
Ainda assim, realçou, existe neste território uma rede de protecção à criança.
Sem avançar taxativamente os números, José Lopinho admitiu que, fruto da crise financeira que assola as famílias, bem como o aparecimento da pandemia da covid-19 no país, multiplicou-se o nível de vulnerabilidade, sobretudo em crianças em Camacupa.
No Chitembo, é notório a responsabilidade dos pais para com os filhos, situação que tem desafogado significativamente o fenómeno criança de rua, assegurou a administradora do município, Ana Mucuachala Mango.
Assegurou também para este ano a reabertura do centro comunitário, com capacidade para mais de trezentas crianças, estando neste momento a decorrer estudos a nível das comunas e aldeias para se aferir a real necessidade.
O encontro foi presidido pelo governador em exercício do Bié, José Fernando Tchatuvela, que encorajou todas as administrações municipais a criarem condições para o efeito.