Lubango – O investigador Adriano Gomes denunciou nesta sexta-feira, no Lubango, que as terras das comunidades minoritárias da Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango, estão a ser progressivamente ocupadas pelos Bantu, deixando-os ainda mais vulneráveis.
Conhecido pelas suas características de povos caçadores e nómadas, os SAN, sobretudo, estão a perder terras agricultáveis, muitas vezes invadidas e noutras por troca com outros bens, como animais domésticos.
Para o investigador, é necessário salvaguardar os direitos de posse de terra em áreas habitadas por comunidades consideradas minoritárias, para a garantia de uma vida sedentária e um sistema produtivo contínuo.
Falando na palestra sub o tema “Vivências dos Grupos Minoritários - Comunidades San em Angola”, na Conferência Internacional sobre as Comunidades Minoritárias em Angola, que encerrou sexta-feira, no Lubango, justificou que a expropriação de terras está a forçar a migrações em massa para territórios vizinhos.
Por seu turno, o académico Castro Maria, que também investiga a vida dessas comunidades, mostrou-se preocupado com o baixo nível de escolaridade da maioria dos membros das comunidades minoritárias, o que os impede de participar no processo de reconstrução do país.
Sublinhou que durante a sua visita a essas comunidades constatou que o nível mais alto de um professor era a oitava classe, e que nem os próprios filhos estudam.
O evento visou encontrar soluções para os problemas das comunidades minoritárias, entender as suas reais necessidades e aspirações, mobilizando e engajando todos os actores nacionais e internacionais para os seus problemas específicos.
A promoção da inclusão paulatina, progressiva e acautelada em diversos projectos, serviços e programas que concorrem para a salvaguarda dos seus direitos e liberdades, estimular parcerias, sinergias e inovações, visando a melhoria das práticas e ofertas de serviços de qualidade para o grupo-alvo é outro dos propósitos.