Chitembo- Cento e 65 hectares de terras aráveis estão a ser preparados nas comunas de Soma Kwanza e Mutumbo, no município do Chitembo, Bié, pela cooperativa mineira Tchitembo Tchalaza Diamont, com vista a apoiar o fomento da produção agrícola nas populações circundantes às zonas de garimpo.
Em declarações hoje à ANGOP, no âmbito da preparação da próxima campanha agrícola, o coordenador do projecto agrícola daquela instituição, Daniel Francisco, que não avançou o número de toneladas por se colher, disse que serão cultivados milho, feijão, mandioca, batata-doce e rena e diversas hortícolas que serão distribuídos às populações.
A acção consta da lista das responsabilidades sociais da empresa, que paulatinamente tem estado a ajudar a Administração Municipal do Chitembo na resolução de alguns problemas que assolam aquelas populações.
Daniel Francisco lamentou à perda, este ano, de mais de setecentas cabeças de repolho e couve-china, produzidas na comuna do Mutumbo, por falta de escoamento, devido ao mau estado das vias de acesso.
Em Maio deste ano registou-se um conflito entre a população da aldeia do Lupuepué (Soma Kwanza) e a cooperativa, pelo facto da empresa não ter cumprido com as promessas de ajudar a população local, concernente à construção de uma escola, posto de saúde, casa para o regedor, empregar a juventude e terraplenar a via de acesso.
As promessas foram feitas em 2014, altura em que a cooperativa deu inicio aos trabalhos de exploração de diamantes.
Face à insatisfação, a população invadiu o perímetro da empresa, na tentativa de ocupar um espaço para também dar início ao processo de forma artesanal de garimpo, com enxadas, catanas, machados, pás, peneiras e outros instrumentos.
A situação gerou confrontos entre a força de segurança da empresa e a população, originando ferimentos ligeiros aos invasores.
O presidente do conselho de administração da cooperativa, João António Luís, sublinhou estar já criada uma comissão que doravante vai identificar os principais problemas que afligem os locais, para posteriormente desenvolver o apoio social.
Até ao momento, a cooperativa construiu duas pontes metálicas sobre os rios Kwanza e Cutuco, com objectivo de facilitar a circulação nestes troços.
A empresa controla 359 trabalhadores, destes 179 são jovens residentes da comuna do Soma Kwanza.
Na província do Bié estão controladas 15 cooperativas de exploração de diamantes, das quais cinco em produção, quatro em prospecção e seis inoperantes por dificuldades financeiras.
As mesmas localizam-se nos municípios do Andulo, Nhãrea, Camacupa e do Chitembo, agregando 885 trabalhadores.