Ondjiva – Os serviços de taxi no troço Ondjiva e Santa Clara, na província do Cunene, estão paralisados desde quinta-feira, em protesto contra a redução para 50 por cento da lotação das viaturas.
A redução é uma das medidas do novo Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública em Angola, devido ao aumento do núemro de casos de Covid-19 em Angola.
A suspensão dos serviços de táxi na rota mais movimentada da província está a criar enormes dificuldades na movimentação de pessoas, obrigando muitas delas a viajar de motorizada ao preço de mil e 500 kwanzas, contra os 300 kwanzas cobrados pelos taxistas nesse percurso de 49 quilómetros.
Em declarações à ANGOP, o director da associação dos taxistas do Cunene, Rodrigues Joaquim, explicou que suspenderam actividade para pouparem as viaturas, visto que a redução de 11 para seis pessoas em cada viatura Toyota Hiace não compensa o investimento.
Disse que cada viatura faz seis viagens equivalentes a 10 mil 800 kwanzas por dia, e, ao retirar 10 mil kwanzas para o combustível, restam apenas Kz 800, daí que os associados decidiram paralisar até se encontrar uma solução, que poderá ser o aumento da passagem para Kz 500.
Segundo a fonte, a associação remeteu, em Junho, um documento junto ao Gabinete dos Transportes e Mobilidade a solicitar a actualização da tarifa em todas as rotas, mas até ao momento não houve nenhuma resposta.
A directora do Gabinete Provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana no Cunene, Geraldina Paredes, afirmou que o aumento do preço de táxi passa por um estudo e negociação, para que não haja prejuízos para os passageiros, nem para os taxistas.
A responsável, que defendeu a necessidade do cumprimento das medidas de prevenção contra a Covid-19, frisou que foram postos a circular nessa rota sete autocarros públicos, dos 20 que a província recebeu recentemente, mas ainda assim insuficientes para satisfazer a procura.
O cidadão angolano Hango Fula disse sentir-se triste e prejudicado com a postura dos taxistas, porque há dois dias que não consegue se deslocar a Santa Clara para trabalhar.
Por sua vez, Marinela Severina confirmou que foi obrigada a pagar mil e 500 kwanzas para chegar a Ondjiva de motorizada, visto que era a única saída para chegar ao serviço.
A província do Cunene conta com 700 táxis legalizados.