Lubango – Pelo menos 148 pessoas vulneráveis, entre crianças, desempregados e idosos são assistidas todos os dias por uma cozinha comunitária instalada no bairro do Kwawa, periferia do Lubango, província da Huíla, financiada pela esposa do antigo governador, Luís Nunes.
A cozinha, inaugurada em 2014, tinha a gestão da administração do Lubango, mas acabou vandalizada e ficou paralisada por mais de três anos, tendo sido reabilitada este ano com apoio financeiro de Maria Helena Nunes.
Após reabilitação do espaço que, para além do refeitório, teve a cozinha equipada com um forno e fogões, construção de um sistema autónomo de água, passou a receber dotações logísticas periódicas da “madrinha” que ajudam a alimentar as pessoas.
Em funcionamento há um mês, antes da reabilitação servia sopa três vezes por semana, mas hoje o procedimento é feito de segunda à sexta-feira e uma refeição a garfo, a base arroz, funge, massas, carne e peixe, aos sábados.
Em declarações à ANGOP hoje, sexta-feira, o responsável da cozinha, Manuel Haleca, disse que o número de assistidos é instável, uma vez que recebem todos os dias pessoas de outras áreas da cidade e até famílias provenientes do município da Bibala (Namibe).
Segundo ele, o projecto começou com o foco em crianças que recebiam alta do centro de nutrição da Mitcha, afecto à Pediatria do Lubango, mas com o passar do tempo outros vulneráveis os procuraram e tiveram de ser cadastrados e assistidos.
Hoje, a estrutura conta com 12 cozinheiras voluntárias da Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica (PROMAICA), que passaram por uma formação para confeccionarem pratos e sopas nutritivas, com o reaproveitamento de cascas de frutos e tubérculos.
Para além de moradores do bairro Kwawa, a cozinha recebe também pessoas provenientes do Tchituno e Tchavola.
A sopa feira é à base batata, feijão, beterraba, abóbora e ervilha, mas contempla também sumos naturais, já que a maior parte dos assistidos são 95 crianças mal nutridas.
Manuel Haleca fez saber que no espaço adjacente à cozinha estão a impementar pequenas hortas em legumes para reforçar a dieta e a logística, assim como está na forja a produção de pão para o mesmo fim.
Ainda com apoio da esposa do actual governador de Benguela, disse a fonte, será lançado uma componente de formação profissional em corte e costura, com vista a tirar as mães de família da dependência da cozinha.
Trata-se da primeira cozinha comunitária naquela zona densamente habitada, a cerca de 15 quilómetros do centro da cidade e a segunda em funcionamento no município.