Menongue – A província do Cuando Cubango registou, nos primeiros três meses do ano em curso, 43 casos de violência doméstica, contra 64 do mesmo período de 2021.
Das ocorrências, 10 são de abandono familiar.
Os dados foram avançados hoje pela directora do gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género no Cuando Cubango, Aida Rosalina Pedro Manuel, quando falava à margem de uma palestra sobre “violência doméstica” dirigida aos efectivos da Base Militar da V Divisão de Infantaria das Forças Armadas Angolanas (FAA), no âmbito do encerramento da jornada Março-Mulher.
A responsável explicou que a redução deve-se à contínua acções de sensibilização levada a cabo junto das comunidades, que desencorajam a prática desses actos de violência doméstica, no seio das famílias, e estimular o espírito de denúncia às autoridades de tutela.
Lembrou que a maior parte dos casos de violência doméstica, com destaque para agressão física, falta de prestação de alimentos aos filhos, abandono familiar e fuga à paternidade, são cometidos por efectivos da Polícia Nacional e das Forças Armadas Angolanas.
A dirigente convidou, na ocasião, os efectivos das FAA e da PN no sentido de exercerem um papel mais exemplar em relação ao desencorajamento de gravidez e casamento precoces, promover mais diálogo em relação à educação sexual na família, convivência pacífica no lar, respeito aos mais velhos.
Aida Rosalina Pedro Manuel defende mais protecção dos direitos dos filhos, com ou sem pais separados, o resgate dos valores cívicos e morais nas famílias e na sociedade em geral, com vista a criação de uma sociedade melhor estruturada e exemplar para as actuais e futuras gerações.
Já o procurador militar da V Divisão de Infantaria das FAA no Cuando Cubango, major Domingos Venâncio, recomendou aos efectivos maior atenção no planeamento salarial em relação aos gastos, para evitar dívidas exageradas fora do ambiente familiar.
Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, facto que tem estado no incumprimento dos deveres como pais e efectivos, bem como o cometimento de vários crimes do foro militar e civil, constam das recomendações do jurista militar.