Ndalatando- O padre Eurípes Santos defendeu, nesta segunda-feira, em Ndalatando, a consciencialização dos pais para o reforço da educação sexual dos filhos, sobretudo raparigas, como principal via para a prevenção contra o assédio.
Em entrevista à ANGOP a propósito do assédio sexual a crianças, o missionário defendeu que os pais devem instruir as filhas a respeitar o próprio corpo, por via da decência no modo de vestir e a recusa de ofertas de pessoas estranhas.
Na óptica do religioso, é importante que os pais orientem as crianças a não aceitar serem tocadas nas partes íntimas do corpo e a denunciar todas as tentativas de assédio.
Eurípes Santos lamentou o facto de se constatar um fraco diálogo entre pais e filhos, no que concerne à educação sexual, levando os adolescentes, sobretudo raparigas, a buscarem aprendizagem na rua e, às vezes, mal concebidas, que resultam em desvios de comportamentos em termos de educação sexual.
Tal factor, segundo o padre, é a base de desestruturações familiares, fruto dos casos de gravidezes precoces e doenças, defendendo o diálogo entre pais e filhos e evitar brigar perante os filhos, pelo facto de tais comportamentos contribuírem para o desvio de personalidade.
Por seu turno, o chefe de Departamento da Família e Igualdade no Gênero, Eliseu Miguel, disse serem pouco frequentes os casos de denúncia de assédio sexual que chegam ao conhecimento da instituição, supostamente devido ao receio ou medo das vítimas, pelo facto de a maioria dos agressores serem pessoas próximas ou familiares.
Esclareceu que a maioria dos casos de violência doméstica que chegam ao conhecimento da instituição estão relacionados com o incumprimento de mesada e fuga à paternidade.
Segundo o responsável, de Janeiro a Maio do ano em curso, a instituição registou 250 casos de conflitos no género, com destaque para 94 incumprimentos de mesada, 31 abandonos de lar e 29 fugas à paternidade.
Em período similar do ano transacto, referiu, a instituição registou 450 conflitos diversos, 213 dos quais relacionados com a falta de assistência económica à família, sobretudo o incumprimento de mesada e fuga à paternidade.