Ndalatando- Jovens na cidade de Ndalatando, província do Cuanza Norte, estão a aproveitar as restrições impostas pelo Estado de Calamidade para a realização de enlaces matrimoniais.
O Estado de Calamidade que se regista no país proíbe aglomerados e este facto tem sido aproveitado para a realização de casamentos, um vez que há a possibilidade de redução dos gasto, pelo facto de as cerimónias serem restritas, com a presença de até 15 convidados.
Os jovens apontam a redução dos gastos é a obrigatoriedade de a cerimónia, vulgo copo de água, se realizar em casa, ao contrário do que acontecia antes em que era regra os nubentes alugarem salões de festas, num valor não inferior a 200 mil kwanzas, tendo em conta a capacidade económica das partes.
A propósito, a conservadora dos registos, Felisbina Octávia, confirmou o facto, indicando que de Janeiro a Junho do ano em curso a Conservatória dos Registos de Ndalatando celebrou 60 casamentos, numa média de seis semanais, envolvendo, maioritariamente, jovens entre os 25 e 35 anos de idade.
Em anos anteriores, eram realizados entre 15 a 20 casamentos por ano.
A mesma realidade está a acontecer na paróquia Sé Catedral, em Ndalatando, como confirmou o padre Eurípides Santos.
Nesta instituição religiosa foram realizados cerca de 10 casamentos, desde o princípio do ano, enquanto 18 estão agendados para celebração a partir do mês em curso.
O missionário considera esta disposição ao matrimónio, que envolve, maioritariamente, jovens, como sendo resultado de uma melhor compreensão dos cristãos sobre a relevância do casamento para a união familiar e felicidade conjugal.
Por seu turno, o pastor Metodista Perfeito Massamba disse constatar-se uma realidade similar naquela igreja.
O missionário também acredita que este incremento na realização de enlaces matrimoniais deve-se ao facto de constituir uma oportunidade para a redução dos gastos, promover cerimónias restritas, só com a família e pessoas próximas.
Para o pastor, este momento livra os nubentes de críticas pelo facto de as pessoas já entenderam que, em função das restrições impostas pela Covid-19, os actos de matrimónio devem abarcar cerimónias restritas.
“É um momento que está a ajudar na economia doméstica das famílias e a promover uma maior moderação na gestão dos fundos domésticos por parte dos casais”, frisou.
Os jovens recém-casados Mário Pedro, Júlio Catraio e Catarina João justificaram terem aproveitado a época das restrições impostas pela Covid-19 para realizar o matrimónio, por terem o acto já agendado há longo tempo.
Para recém-casados, a relevância do casamento se reflecte na felicidade do casal e não no materialismo demonstrado com a realização de grandes celebrações.