Cuemba - A asfaltagem do troço Cuito/Catabola/Camacupa/Cuemba, na Estrada Nacional 250, na província do Bié, constitui de grande importância para o município do Cuemba, que hoje comemora 57 anos de existência.
A empreitada, num percurso de 164 quilómetros, já consta no Orçamento Geral do Estado (OGE) deste ano, o que anima os munícipes, que muito anseiam por isso, já que a degradação desse trajecto está a atrasar o desenvolvimento da municipalidade.
Em declarações hoje à Angop, por ocasião da efeméride, que se comemora sob o lema “Somos Cuemba, somos Progresso”, o administrador municipal, Baptista Mário, antevê, com a recuperação dessa estrada, um crescimento da localidade, fundamentalmente no sector turístico, face às inúmeras atracções que a região oferece.
Como cartão postal, o município tem as quedas dos rios Cuemba, Luando, Bumbu, Gando e Luembe, assim como a Fenda da Ganda e a vasta reserva integral do Luando.
Para se percorrer esta distância de 164 quilómetros os automobilistas gastam, em média, seis horas, constituindo uma autêntica aventura em função da degradação total do troço, quer em tempo seco quer no chuvoso.
Ao iniciar a viagem somente 18 quilómetros da via estão asfaltados, concretamente no troço entre o Cuito e a comuna da Chipeta, município de Catabola, enquanto uma parte da estrada foi terraplenada e outra encontra-se em estado acentuado de degradação.
A situação constitui constrangimento para o desenvolvimento do município do Cuemba, privando deste modo qualquer interesse do empresariado em investir na localidade, com vista a impulsionar o desenvolvimento socioeconómico, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população.
CFB é alternativa
Face à degradação da Estrada Nacional 250, a alternativa tem sido a circulação pelo Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).
A linha férrea tem um percurso estimado em 393 quilómetros, passando pelos municípios do Chinguar, Cunhinga, Catabola, Camacupa, Cuemba até à comuna do Munhango, fronteira com a província do Moxico.
Foram reabilitadas 13 estações, nas localidades do Chinguar, Cutato, Capeio, Cunhinga, Cunje (a maior e principal estação do Bié), Chipeta, Catabola, Camacupa, Cuanza, Cueli, Cuiva, Cuemba e Munhango.
Todavia, o Cuemba não vive só de dificuldades, já que tem registado avanços consideráveis nos domínios da saúde, educação, energia e águas e da agricultura.
PIIM alivia angústia
Com o lançamento do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), o Cuemba vai dando passos para o progresso.
Nesta localidade estão contemplados onze projectos, todos já em execução, orçados em três mil milhões de kwanzas.
Neste momento, de acordo com o administrador João Mário, as obras já absorveram perto de um mil milhões de kwanzas, do valor global.
As obras consistem na asfaltagem de 10 quilómetros de estrada, em duas fases, sendo na primeira seis e segunda quatro quilómetros, na sede municipal, construção de duas pontes sobre os rios Luassi e Cuemba, duas escolas de 12 e sete salas de aula e um clube comunitário, a serem executados em 12 meses.
Com 13 mil 250 quilómetros quadrados, o município do Cuemba tem cerca de 127 mil habitantes, maioritariamente camponeses, distribuída em três comunas (Sachinemuna, Munhango e Luando), dois centros administrativos, 20 embala e 212 aldeias.
O município é potencialmente agrícola na produção da mandioca, mel, feijão macunde e piscicultura.