Ondjiva - Acções de discriminação, sobretudo no acesso ao mercado de emprego, constitui principal barreiras sociais que os portadores de deficiência auditiva da província do Cunene enfrentam, reclamou, nesta segunda-feira, o chefe de departamento da Acção Social local, Alexandre Tulihikeni.
Do total de 46 surdos controlados pelo gabinete da Acção Social Família e Igualdade do Género, apenas um está inserido no mercado de emprego, que trabalha como professor na escola do ensino especial.
Falando à Angop, por ocasião da jornada alusiva ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Auditiva, que se assinala hoje, disse que grande parte dos deficientes que concluíram o ensino médio não consegue se inserir no mercado de trabalho.
Frisou que o facto resulta dos problemas de comunicação, derivado da falta de intérpretes no momento das entrevistas e da ignorância da lei sobre as condições para empregabilidade e acessibilidade de pessoas com deficiência ao mercado de emprego.
Lembrou que, com base no Decreto 12/16 de 15 de Janeiro, 10 por cento das vagas dos postos de trabalho, tanto nas instituições públicas como privadas, são reservadas às pessoas com deficiência visando a sua integração social.
Apontou também a falta de intérpretes nas unidades policiais e sanitárias como problemas vividos por este grupo social.
Para reverter o quadro, defendeu a necessidade da promoção de programas socioeducativos , visando uma sociedade equilibrada e inclusiva para todos.
“Ser surdo ou mudo não pode limitar o pleno gozo dos direitos da pessoa enquanto cidadão, mas a sociedade tem que trabalhar mais para eliminar todas as barreiras e permitir o acesso a todos os direitos ao cidadão que enfrentam este tipo de problema”, sublinhou.
Alexandre Tulihikeni realçou que a instituição está a trabalhar no cadastramento de mais pessoas portadoras de deficiência auditiva nos seis municípios, de forma a obter o número real e sua condição de vida, assim como a legalização da respectiva associação.
A semana da linguagem gestual foi instituída pelas Nações Unidas, no sentido de despertar e consciencializar a sociedade para igualdade de oportunidade a todos cidadãos e pensar na inclusão deste segmento, através de políticas viradas aos direitos humanos para a eliminação das barreiras sociais.