Sumbe – A Empresa Pública de Águas e Saneamento do Cuanza Sul (EPASCS) remeteu, ao longo do primeiro semestre deste ano, 15 processos às instâncias judiciais, com vista a cobrança coerciva de Kz 267 milhões 768 mil.
Em declarações à ANGOP, o Presidente do Conselho de Administração da EPASCS, Januário Bernardo, informou que a dívida dos clientes domésticos, comércio e serviços, bem como das entidades públicas data dos últimos dois anos.
“ Já efectuamos vários trabalhos de sensibilização, desde 2020, para que, de forma voluntária, os clientes devedores pudessem pagar, mas apenas as entidades públicas mostraram-se sensíveis e aos poucos têm liquidado”, justificou a fonte.
Relativamente aos clientes domésticos, comércio e serviços, Januário Bernardo informou que passaram da cobrança passiva para a coerciva e encaminharam para o Tribunal de Comarca do Sumbe e, apesar de ainda não termos grandes frutos, tem havido uma maior responsabilização”.
Basicamente, de acordo com a fonte, os clientes acomodaram-se devido ao projecto “ Água para Todos”, achando que “ a água é do Estado e pode ser consumida sem pagar”.
Por conta da dívida, aponta a redução de tesouraria, dificuldades no pagamento de salários, impostos, fornecedores e outros, redução da capacidade para novos investimentos, redução de trabalhos por falta de tesouraria e de trabalho no sector das águas.
Abastecimento de água e projectos em curso no Sumbe
Apesar do Rio Cambongo apresentar um baixo caudal de água, Januário Bernardo assegurou que os seis reservatórios têm uma capacidade de 21 milhões e 500 mil litros de água (21.500 metros cúbicos), o suficiente para abastecer de forma ininterrupta nove mil 431 ligações e 226 chafarizes.
O sistema, de acordo com a fonte, tem uma capacidade média diária de 80 litros de água para cada habitante, num universo de 227.500 da cidade e periferia do Sumbe e a centralidade da Quibaúla.
“Por mais que haja escassez durante seis meses e já tivemos o ano transacto, o nosso sistema de captação e armazenamento está desenhado para suportar o baixo caudal do Rio Cambongo e distribuir sem constrangimentos”, disse.
Sobre o tratamento da água captada no Rio Cambongo que apresenta uma coloração turva, sublinhou que está assegurado todo processo, desde a desinfecção, decantação e filtração que a torna potável.
Em relação aos projectos em curso, a Direcção Nacional de Águas lançou em Setembro último, a segunda fase da expansão da rede de distribuição e de cinco Estações de Tratamentos de Águas Residuais (ETAR) co-financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, no valor de USD, 19 mil milhões, 744 milhões, 68 mil e 54 para 30 mil habitantes.
O projecto visa uma extensão de rede de 70 quilómetros, 1.850 ligações domiciliares, 1.230 ligações de quintal e a implantação numa área de 320 metros quadrados de um laboratório de controlo de qualidade, com um parâmetro para 47 análises (microbiologia e física/química) e 32 quilómetros de rede de colecta da ETAR.
A rede domiciliar, num percurso de seis quilómetros, vai abranger a zona norte (bairros da Dinga, São João, Terra Prometida, E-15, avenida Comandante Cassanje, Banco Económico e as zonas da Shoprite e Pinto Conto).
Já na zona sul abrange os bairros do Calundo, Bumba, Cacute, Inconcon, Caboqueiro, Mundo Verde, Quissala, Pedra 1 e Pedra 2 e o Américo beneficiando um total de três mil habitantes.
A EPASCS tem sob sua gestão os sistemas dos municípios do Sumbe, Amboim, Cela, Ebo e Porto Amboim e os demais encontra-se sob responsabilidade das administrações municipais, num global de 12 municípios.
A primeira fase implementada na cidade do Sumbe e periferia foi reinaugurada em 2017.