Catumbela – O vice-presidente da Aliança Empresarial de Benguela, Carlos Cardoso, morreu nesta segunda-feira (16), aos 67 anos, por doença, provocando grande comoção no meio empresarial da província, apurou hoje a ANGOP.
Carlos Cardoso, que faleceu por complicações associadas à Covid-19, foi um dos maiores empresários do ramo da construção civil em Angola. Executou várias empreitadas públicas, como vias de acesso, pontes, escolas e postos de saúde, sobretudo nos municípios do interior das províncias de Benguela e do Bié.
A urbanização Utanha Wo Vo Mbaka (expressão na língua nacional Umbundo, que significa Sol de Benguela, na tradução portuguesa), situado no bairro da Graça, arredores da cidade de Benguela, foi um dos seus principais feitos.
Este ano, aceitou o desafio lançado pelo governador provincial de Benguela, Luís Nunes, e lançou mãos à obra de reabilitação e modernização da Praia Morena, principal cartão postal da cidade de Benguela, embora ainda não esteja concluída.
O desporto foi também um dos seus interesses. E chegou a ser, por vários anos, presidente do Sporting Clube de Benguela, que integrou como sócio em Janeiro de 2012 e ajudou a relançar a modalidade do basquetebol.
Descrito como empresário determinado, firme e frontal, Carlos Cardoso era ainda presidente da Associação local dos Construtores, na qual se tornou um dos maiores empregadornas uas convies de jovens.
Carlos Cardoso, como muitos dos empreendedores o definiram, trabalhou arduamente no sentido de ver realizadas as principais aspirações da população, com muitos projectos empresariais, que se traduziram em aumento de emprego nos últimos anos.
Para o empresário Adérito Areias, "Benguela perde um verdadeiro filho que muito fez e ainda tinha por fazer por essa terra que tanto amava".
Defininiu o malogrado como um homem firme e determinado nas suas convicções, que ajudou a construir diversas infra-estruturas na província.
Já o empresário Jorge Gabriel referiu-se ao carácter de Carlos Cardoso, "homem duro a negociar e algumas vezes incompreendido, mas que amava Benguela e as suas gentes de corpo e alma", enfatizou.
Por outro lado, o Comité Provincial do MPLA em Benguela, numa mensagem assinada pelo primeiro secretário Luís Nunes, considera a morte de Carlos Cardoso uma perda que empobrece a memória viva da história recente do país, pois foi um destemido militante e empresário de sucesso.
"Em diversas frentes de luta, soube sempre defender os ideais do MPLA e do Estado, com vista a melhoria das condições de vida das populações, gesto que deve ser seguido pelas actuais e futuras gerações", lê-se na nota.
No grupo CCJ, onde era sócio-gerente, é descrito como um empresário que apostava permanentemente no capital humano: “Dizia aos mais próximos que o homem estava em primeiro lugar e por isso merecia todo o tratamento, em detrimento da produção”, afirmam.
Nasceu a 28 de Março de 1954, no Huambo. Formou-se em engenharia civil e mais tarde mudou-se para a província de Benguela, onde se afirmou no ramo empresarial e contribuiu no processo de desenvolvimento da localidade, buscando sempre a união do empresariado.