Cazenga – Um enfermeiro, que se fazia passar por “médico cirurgião”, é indiciado nos crimes de falsa qualidade e homicídio por negligência médica, ao tentar efetuar uma cirurgia a uma cidadã, que a levou a morte, no Cazenga (Luanda).
Ao apresentar aos jornalistas o falso médico cirurgião, de 58 anos de idade, no Comando Municipal da Polícia Nacional (PN), o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal de Luanda, superintendente-chefe Fernando de Carvalho, indicou que o facto terá ocorrido no mês em curso num centro médico privado do suposto autor.
A vítima, de 40 anos de idade e que deixa cinco filhos, deu entrada nesse local em Agosto com alegados sintomas de malária, tendo o enfermeiro requisitado num laboratório fora da sua unidade outros exames que “diagnosticaram apendicite aguda” a paciente, levando-a a intervenção cirúrgica a 06 de Setembro deste ano, contou o próprio à imprensa, nessa quarta-feira.
Deu a conhecer que no aludido local, que funciona desde 2017, já “foram observados vários pacientes com diversas patologias, bem como efectuadas cirurgias do género”.
Postos na referida unidade sanitária, antes da transferência para uma outra unidade hospitalar, uma jovem que aparenta ter 20 anos de idade confirmou aos jornalistas ter sofrido recentemente no local uma cirurgia de género, mas que se sentia bem e a recuperar-se.
Na ocasião, três outros pacientes que estavam internados no centro, de acordo com o chefe do departamento de Inspecção do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda, José Lenvuca, foram também de imediato transferidos para uma unidade hospitalar mais próxima, para acompanhamento médico e medicamentoso.
José Lenvuca referiu que outros casos do género têm sido recorrentes nos bairros suburbanos, frisando que a sua área não poupa esforço para pôr cobro a tais práticas em espaços sem condições técnicas exigidas para o efeito, pelo que condenou-as.
Por seu turno, uma menor de seis anos de idade, abandonada na via pública pela progenitora e dada como desaparecida, foi entregue ao pai nessa quarta-feira, no Distrito Urbano do Sambizanga.
A entrega foi feita na residência da senhora que a recuperou na via pública, na presença da Polícia Nacional, 48 horas depois da criança ter reconhecido o progenitor por uma das televisões do país que apresentou uma reportagem sobre o caso.