Engenho explosivo mata três crianças da mesma família no Huambo

     Sociedade           
  • Huambo     Terça, 03 Agosto De 2021    15h46  
Engenho explosivo mata uma criança e fere outras quatro no Huambo (ilustração)
Engenho explosivo mata uma criança e fere outras quatro no Huambo (ilustração)
Aurélio Janeiro - ANGOP

Huambo – Três crianças da mesma família morreram e uma ficou gravemente ferida, em consequência da explosão de um engenho, esta segunda-feira, numa residência do bairro da Calomanda, arredores da cidade do Huambo, soube a Angop.

O incidente, que envolveu crianças com idades compreendidas entre os seis e 16 anos, aconteceu no pátio da residência, concretamente na horta, numa altura em que os adultos se encontravam no interior da residência.

Segundo o irmão da vítima que se encontra internada, no Hospital Central do Huambo, Robson Cardona, em declarações hoje, terça-feira, à Angop, tudo aconteceu quando os quatro meninos resolveram brincar na horta do quintal, por volta das 9h00, onde encontraram um engenho explosivo não detonado, com o qual brincavam.

Depois da explosão, explicou, os quatro meninos foram socorridos pelos adultos, que se encontravam no interior de casa e, rapidamente, levados ao Hospital Central, sendo que uma delas teve morte imediata e as outras duas acabaram por falecer horas depois.

Já o chefe do Banco de Urgência da maior unidade hospitalar da província, Pedro Miguel Katchilingui, disse que o estado de saúde da menina internada inspira alguns cuidados.

Disse que a menina contraiu ferimentos graves nos membros superiores e trauma craneoencefálico, apresentando-se com problemas cirúrgicos e ortopédicos.

A governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, criou uma comissão multi-sectorial para prestar apoio material, moral e psicológico à família enlutada.

Autoridades intensificam sensibilização contra risco de minas

O representante provincial da Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM), Jorge Raposo Maria, disse que uma equipa de especialistas já se encontra no local, para apurar as causas da tragédia, tendo como primeira medida a vedação do espaço, com o sinal de perigo de minas.

“É uma situação muito triste e preocupante, sobretudo por ter ocorrido no quintal de uma residência construída em zona urbanizada”, disse o responsável.

Por isso, Jorge Raposo Maria alertou para a necessidade das crianças evitarem brincar com objectos estranhos encontrados na via pública ou mesmo em quintais, a fim de se evitar acidentes do género, devendo os adultos notificar as autoridades competentes de casos suspeitos.

Referiu que a ANAM vai continuar a intensificar as acções de sensibilização sobre os perigos das minas e outros engenhos explosivos, tanto nas áreas de actuação, como em zonas rurais e urbanas, para prevenir eventuais acidentes.

Processo de desminagem no Huambo

Refira-se que o Instituto Nacional de Desminagem (INAD) destruiu, em Maio último, cinco mil 723 engenhos explosivos não detonados de diversos calibres.

Trata-se de 57 minas anti-pessoais, duas minas anti-tanque, 147 projecteís de artilharia, 57 rockets, 56 granadas, cinco mil munições de diversos calibres, para além de 11 armas de fogo em estado obsoleto, recolhidas nos 11 municípios.

Clarificou, também, um total de 78 quilómetros da linhas de transporte de energia eléctrica da subestação do Belém, periferia da cidade do Huambo, para a vila municipal do Bailundo, foram desminados com remoção de vários engenhos, incluindo uma mina anti-pessoal.

Este é o primeiro caso este ano, na província do Huambo, uma das mais minadas ao longo do conflito armado terminado em 2002, com uma extensão territorial de 35 mil 771 quilómetros quadrados e uma população estimada em dois milhões e 500 mil habitantes.

Possui 11 municípios, designadamente Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.





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