Luanda- A jurista e membro da rede mulher Angola em questão de violência, Eduarda Borges, apontou, nesta quinta-feira, a dependência emocional e financeira como factores de violência doméstica.
A responsável, que falava à imprensa à margem do workshop "Mais Saúde e menos violência", frisou que a violência sexual, patrimonial, verbal, física e abandono de família estão a causar a desestruturacao das famílias angolanas.
Eduarda Borges apontou as consequências a nível da saúde física, mental e social.
De acordo com a jurista, é fundamental continuar a promoção de acções de moralização da sociedade e a criação dos instrumentos para que a lei seja aplicada na realidade.
Realçou a necessidade de se fortalecer as diferentes estruturas que intervém no processo de aplicação da lei, dando condições técnicas, matérias e humanas para que sejam aplicadas, assim como investir na formação dos intervenientes.
Já para o psicólogo clínico Felizardo Bandeira, com o surgimento da pandemia da Covid-19 elevaram-se os casos de violência nas famílias, despoletando problemas emocionais tais como depressão, ansiedade generalizada e estresse pós traumáticos.
Segundo o especialista, é necessário traçar estratégias de intervenção (palestras), que auxiliam as mulheres e adoptar-se as medidas para gestão do lar e assegurar o bem maior que é a vida, assim como denunciar quando for agredida.
O evento, realizado pelo Departamento de Cuidados Primários de Saúde com o apoio do Projecto Saúde Para Todos, ocorreu no âmbito da jornada dos 16 dias de Activismo sobre Violência Contra Mulher.
O Projecto Saúde Para Todos tem o financiamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional e apoia o Ministério da Saúde em várias áreas de saúde, nomeadamente Saúde Sexual e Reprodutiva Saúde Para Todos.