Saurimo – Os avanços que o Governo angolano tem dado em transformar os sistemas alimentares com mais e melhor inclusão das mulheres rurais, foi hoje, quarta-feira, reconhecido pela representante do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola, Gherda Barreto.
O reconhecimento foi feito durante a sua intervenção no 11º Fórum Nacional da Mulher do Meio Rural, que a cidade de Saurimo acolhe de 25 a 26 do mês em curso, tendo realçado que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) já reconhece o papel e o trabalho da mulher rural no desenvolvimento sustentável do país.
Conforme a responsável, em Angola as mulheres constituem mais de 70 por cento da mão-de-obra agrícola activa, e dominam a produção familiar de culturas alimentares e os canais informais de comercialização.
Segundo Gherda Barreto estima-se que 4,8 milhões de mulheres vivem nas zonas rurais e desempenham um papel crucial na agricultura.
Acrescentou que o sucesso dos novos programas do PND, PLANAGRÃO, PLANA PESCA e PLANA PECUÁRIA, vai depender do desenvolvimento de um modelo de agro-negócio mais inclusivo, que melhore as condições da mulher rural no serviço produtivo, recursos financeiros e acesso a terra.
Enalteceu o Governo de Angola, pela decisão política de expandir as escolas de campo em todo país, numa liderança do Ministério da Agricultura e Florestas, onde implementam o programa de formação do serviço de extensão agropecuária, com 50 por cento de participação das mulheres.
Fez saber que a FAO apoia o programa PRODESI, dos Ministérios da Economia e Planeamento (MEP), Acção Social, Família e Igualdade do Género, assim como Agricultura e Florestas, na criação da maior plataforma de mulheres agro empresariais em todo país, denominada “AGROPRODESI MULHER”.
Acrescentou que deste 2022, a FAO também apoia os esforços do Governo na dimensão do agro-negócio do Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI), com a implementação da componente “AGRIPREI” que, promove uma abordagem de cadeia de valores em que as mulheres continuam a ganhar maior financiamento e poder de decisão, tornando-se agentes económicos formais no sistema alimentar.
Disse ainda que este ano, o FAO fez um estudo sobre a situação da mulher no sistema agro-alimentar, que mostra com evidências o papel vital que as mulheres desempenham na agricultura, comércio retalhista, trabalhadora assalariada, empoderada e muito mais.
O acto, com duração de dois dias, decorre sob o lema “Mulher no Meio Rural a Chave para o Desenvolvimento”.
Participam do evento, vice-governadores das províncias do Bié, Lunda Norte, Moxico, Cabinda, directoras dos gabinetes provinciais da Acção Social e Igualdade do Género, com as respectivas representantes das mulheres rurais de todo país. MG/QB/JW/OHA