Ondjiva – Depois de um ano e cinco meses, o fim da cerca sanitária à capital, imposta pela Covid-19, permitiu o retorno das viagens numa das rotas rodoviárias mais longas do país, Ondjiva/Luanda.
Os mais de 1600 quilómetros são efectuados em 24 horas pela companhia Macon que havia suspendido os seus serviços.
De Luanda a Ondjiva e vice-versa a companhia transporta, principalmente, negociantes, atraídos pelo comercio a partir da vizinha República da Namíbia.
Por isso, a medida vem significar um alívio às economias das famílias que, apesar do encerramento da fronteira entre os dois países, vai recebendo pessoas que desalfandegam as suas mercadorias chegadas ao território angolano, graças aos contactos existente do outro lado.
A reabertura da circulação Ondjiva/Luanda e vice-versa pela operadora Macom foi enaltecido, nesta segunda-feira, em Ondjiva, pelos passageiros, porém confrontados com uma tarifa de 33 mil kwanzas, contra os 29 anteriores.
Em declarações à ANGOP, a cidadã Arlete Gomes disse que com o surgimento dos primeiros casos da Covid-19 no país, ficou um ano e cinco meses retida no Cunene.
Com a abertura da cerca sanitária, afirmou, cria-se a oportunidade para atingir a capital do país pela primeira vez desde o surgimento da pandemia, para estar junto à família.
Porém, Arlete Gomes advoga a redução do preço do bilhete da passagem, assim como o aumento de autocarros neste troço.
Por seu turno, Barnabé Francisco, comerciante, disse que a reabertura desta rota rodoviária vai facilitar o procedimento da viagem, acabando com vários constrangimentos.
“Com o levantamento da cerca temos uma viagem mais rápida e segura, uma vez que, anteriormente éramos obrigados a recorrer a viaturas ligeiras, que cobravam preços elevados”, disse.
Para além dos preços altos, lembrou que eram obrigados a cumprir com várias exigências que vão desde a apresentação de testes da Covid-19 e declaração de serviço.
Já o funcionário da empresa executora do Sistema de Captação de Água do Cafu, Domingos António, disse ser também a primeira vez que regressa à Luanda, na busca de equipamentos para a empreitada.
Hortência Milonga, comerciante de produtos diversos há mais de 25 anos, louvou a iniciativa, afirmando que Luanda, por ser o maior centro comercial no país, é o local de convergência para aquisição e revenda de bens diversos.
Afirmou que a situação encarecia mais os produtos, mas com a reabertura da rota Ondjiva/Luanda a actividade torna-se mais facilitada.
Fonte ligada à empresa Macon informou que a operadora está com uma frequência de quatro serviços por semana.
O fim da cerca sanitária a 1 de Setembro foi aprovado pelo Conselho de Ministros, tendo em conta a evolução positiva da eficácia das medidas de prevenção e controlo da propagação do vírus SARS-COV-2.