Ondjiva - A governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, apontou hoje, quinta-feira, as acções de combate aos efeitos da seca cíclica como o principal desafio para os próximos cinco anos. .
Em declarações à imprensa, momentos depois da sua chegada ao Cunene, a governante lembrou que a falta de água e de alimento constitui obstáculo ao desenvolvimento das famílias que têm a agricultura e pecuária como base de sustento.
Salientou que o Executivo está empenhado na execução dos projectos estruturantes, que merecerão melhor acompanhamento, para que a população tenha água para aliviar a situação da fome.
Assegurou ainda a fiscalização das obras do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), cujos projectos estão a garantir o progresso do interior dos municípios.
A par destes, apontou a concepção de novos projectos ligados à industrialização da província, de modo a garantir a empregabilidade juvenil, realçando que actualmente a região dispõe de grandes produtores e é necessária a instalação de algumas fábricas para transformação.
A governante precisou, igualmente, a materialização de mais projectos ligados ao sector social, com destaque para a saúde e educação.
“Precisamos de reverter o quadro de crianças a estudarem em condições precárias e de outras que cruzam diariamente a fronteira para estudar na Namíbia, os hospitais municipais estão ao nível de centro de saúde porque não dispõem de bloco operatório", disse.
São estes os grandes desafios que, ao longo do mandato, a governante se propõe realizar, acrescentando a concepção do projecto de construção de centros partilhados ao longo da fronteira com a República da Namíbia, para que as crianças consigam estudar no território nacional.
Para o presente mandato, se dará início à construção da Cidade Universitária, cuja promessa foi dada pelo Titular do Poder Executivo à juventude da província.
Foram feitos levantamentos técnicos para que este projecto se inicie neste quinquénio, aguardando apenas pela concertação com o Ministério do Ensino Superior.
Primeira mulher na história de governadores do Cunene, Gerdina Didalelwa foi nomeada ao cargo a 1 de Fevereiro de 2020 e reconduzida no dia 16 deste mês, aquando da formação do novo Governo saído das eleições de 24 de Agosto.
O ciclo de governação desta parcela do território angolano iniciou-se com Kundi Paihama (1976-1979), Ary da Costa (1979-1981), Pedro Mutindi (1981-2008), António Didalelwa (2008-2016), Kundi Paihama (2016-2018) e Vigílio Tyova (2018-2020).
Fundada pelo General Pereira N’dença, através do Decreto 330/70, a província do Cunene celebra, a 10 de Julho, o seu aniversário, desde a sua desanexação do então distrito da Huíla, em 1970.
Dividida administrativamente por seis municípios e 20 comunas, tem como capital a cidade de Ondjiva e uma superfície territorial de 77,213 quilómetros quadrados.
A província tem 999 mil e 800 habitantes, dos quais 79 mil residem nas zonas rurais, sendo a pecuária e a agricultura de subsistência as fontes de rendimento familiar.