Huambo – Quinhentos e 37 casos de violência no género, com 154 homens lesados pelas próprias esposas, foram registados, entre Janeiro e Novembro do corrente ano, pelas autoridades da província do Huambo, soube hoje, terça-feira, a ANGOP.
Em igual período de 2022, as autoridades haviam notificado dois mil 532 casos de violência no género, sendo vítimas mil 634 mulheres e 898 homens.
Segundo a directora do gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género do Huambo, Maria de Fátima Cawewe, trata-se de 189 casos de prestação de alimentos, sendo vítimas 154 mulheres e 35 homens, fuga à paternidade (62), abandono de lar (79), privação de bens (44), espancamento (34), agressão verbal (28) e ofensas morais (06).
A responsável prestou esta informação, quando falava na palestra sobre a Violência no Género, dirigida ao efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional, no âmbito da campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher e a menina, a decorrer até 10 do corrente mês.
Maria de Fátima Cawewe defendeu a aplicação de medidas mais punitivas aos agressores e o engajamento de todos para o fim deste mal, que enferma a sociedade angolana.
Disse que a campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher e a menina visa mobilizar organizações da sociedade civil, para reforçar a sensibilização das famílias, para maior denúncia e melhor resposta em prol de mais justiça e inclusão.
Por sua vez, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco, disse que a iniciativa visa, entre outros, elevar a consciência do efectivo das FAA e da Polícia Nacional sobre o seu papel no combate à violência contra a mulher e a menina.
Alertou que a violência contra a mulher e a menina constitui um dos malefícios que mais se evidencia na sociedade, daí que deve preocupar a todos, sendo que o seu combate efectivo precisa começar nas famílias, que têm o dever inicial de ensinar a proteger o património público, a Pátria e as liberdades fundamentais dos cidadãos.
Por seu turno, o chefe do departamento de Inspecção da Polícia Nacional na província do Huambo, superintendente Paulo Tchindele Cassinda, disse que o órgão tem, após receber denúncias diversas de violação familiar, responsabilizado todo o efectivo, por se tratar de uma conduta indecorosa que em nada engrandecem a sociedade.
Referiu que o órgão inspectivo tem apelado ao efectivo para ser, cada vez mais, exemplar na sociedade, pois em caso de infracções, podem ser responsabilizados com descontos salariais e processos disciplinares, sendo, em casos mais gravosos, a expulsão na corporação.
A campanha dos 16 dias de activismo contra a violência no género acontece todos os anos, entre 25 de Novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. ZZN/ALH