Ondjiva – As igrejas sediadas na província do Cunene abraçaram a iniciativa do Executivo angolano sobre a implementação de cozinhas comunitárias para alimentar as famílias necessitadas.
As instituições confirmaram a sua colaboração durante um encontro, realizado quarta-feira, com a secretária do Presidente da República para a Área Social, Fátima Viegas, que está no Cunene a avaliar as condições para criação das cozinhas.
O representante da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (Tocoista), no Cunene, Rufino Sandagululua, disse que a iniciativa do Executivo é bem-vinda uma vez que vai permitir reactivar as cozinhas encerradas há algum tempo.
“Em 2019, criamos três cozinhas na cidade de Ondjiva e nos municípios do Cuvelai e Namacunde, que atendiam em média 500 a 400 pessoas com três refeições por semana, mas em 2022 encerraram por falta de dinheiro”, afirmou.
Rufino Sandagululua salientou que o apoio do governo vai melhorar a dieta alimentar de muitas famílias.
Por seu turno, o director da Caritas Diocesana no Cunene, Pascoal Vataleni, referiu que o projecto servirá como “mola impulsionadora” para se concretizar a reactivação destes equipamentos sociais.
“Achei interessante a forma como as cozinhas vão funcionar, em sistema de integração com outros sectores para serem mais sustentáveis e darem respostas ao atendimento, sobretudo, de crianças desnutridas”, realçou o padre.
Informou que a igreja católica recebe com duas mãos a iniciativa do governo e prevê integrar nestas cozinhas comunitárias salas para as aulas de alfabetização, que irão ajudar os cidadãos a aprenderem a ler e escrever.
Pascoal Vataleni disse que contam com uma horta comunitária no município de Ombadja que está a ensinar a população local a prática de produção de tubérculos como batata-doce e mandioca.
O reverendo da Igreja Kimbanguista, Kavungo Sérgio, afirmou que a ideia da criação de cozinhas comunitárias já estava em manga, mas nunca foi cumprido por dificuldades de recursos financeiros.
Explicou que agora com esta boa nova de tornar as cozinhas mais sustentáveis, abrem-se às portas para tudo dar certo para se apoiar às famílias mais carenciadas com refeições.
Kavungo Sergio sugeriu às administrações municipais a ceder terrenos às igrejas para pequenas actividades agrícolas, para a produção de diversos bens que vão sustentar as cozinhas.
Cozinhas vão reduzir desnutrição
Por seu turno, a secretária do Presidente da República para Área Social, Fátima Viegas, disse que um dos objectivos que concorre para a criação de cozinhas e a redução dos casos de desnutrição em crianças.
Por isso, apelou os pastores a sensibilizar as pessoas necessitadas no sentido de abraçarem o projecto das cozinhas comunitárias, ajudando nas actividades das cozinhas.
A secretária lembrou que compete às igrejas consciencializar as pessoas a se ocuparem de uma actividade, daí que surge a ideia das cozinhas comunitárias para a sua congregação.
Fátima Viegas referiu que nas cozinhas as mulheres jovens beneficiarão de formação para terem o domínio de culinária e, posteriormente, serem empreendedoras, prestando serviço às instituições.
No Cunene, a secretária do Presidente da República para Área Social cumpre uma jornada de trabalho de três dias, iniciada quarta-feira. PEM/LHE/ART