Cazenga - Líderes de igrejas, no município do Cazenga (Luanda), decidiram, esta-terça-feira, apoiar as autoridades na luta contra a venda desordenada na via pública, com sensibilização dos crentes para aderirem aos mercados indicados e deixarem de praticar comércio ilegal.
As igrejas dizem-se “comprometidas” com as acções do Executivo angolano quanto as campanhas de sensibilização dos crentes sobre o reordenamento do comércio, para devolver a fluidez do trânsito automóvel e venda oficial de produtos na província de Luanda.
Para os líderes religiosos, o Governo estabeleceu um conjunto de medidas de sensibilização tendentes a assegurar a transferência dos vendedores que se encontram em zonas de risco para os mercados em condições propícias nos municípios da cidade capital ( Luanda).
Entrevistados pela ANGOP, à propósito do engajamento nessa tarefa, alguns líderes de congregações religiosas reafirmam o “compromisso de tudo fazerem”, para que a venda ambulante desordenada deixe de ser feita fora dos parâmetros estipulados pela Lei.
Para o guia-leigo do cargo pastoral Maria Madalena da Igreja Metodista, Inácio Nelo, a Igreja, como parceira social do Estado, tem vindo a mobilizar os fiéis e a população para o resgate de comportamentos aceitáveis na sociedade, para se ter um país disciplinado.
O padre Felisberto Tumbu, da Igreja Católica, apela aos actores sociais a trabalharem juntos no sentido de se combater este “comportamento inresponsável” , que pode colocar em risco quer os vendedores, quer os clientes.
O pároco da Igreja do Santo António, Silva Kitadica, considera que a venda ambulante em Luanda é um sério problema de saúde pública e um fenómeno transversal que requer uma solução imediata e intervenção de todos os actores sociais.
Deste modo, enfatizou, a Igreja empenha-se na moralização dos crentes, durante as homilias, para que esta actividade seja exercida de modo responsável em locais autorizados.
O pastor da Igreja Sagrada Esperança Universal, Guilherme Tomás, afirmou estarem dispostos em ajudar o Governo através das acções de evangelização junto dos munícipes, pois existe uma interligação entre a Igreja e a comunidade, daí todos participarem para a manutenção da paz e tranquilidade.
O pastor da Igreja Fé Apostólica, Fernando Epalanca, realçou que já tem estado a trabalhar em campanhas de género junto da população, para se aconchegarem a Deus, por ser a solução das soluções para que tudo chegue a todos .
Por outro lado, o director municipal da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), Francisco Soares, realçou a existência de pontos críticos e crónicos de maior foco da venda a céu aberto, como rotunda da Cuca, Kianda, Gamek , daí o contínuo exercício pedagógico para a venda seja feita em locais próprios.
Frisou ser uma actividade contínua, porque o Governo é um ente de bem, adiantando existir no município cerca de cinco mil empresas que também influenciam no aumento do comércio desordenado.
Aos comerciantes, prosseguiu, estão abertos para receber reclamações, contribuições e sugestões para o melhoramento da actividade comercial e estabelecer um bom ambiente de negócios a nível da municipalidade.
A seu ver, as pessoas insistem na venda desordenada nas ruas, por ser um fenómeno que se verifica a nível de Luanda, dai que a nível dos municípios continuam com as campanhas de sensibilização para depois partirem para a fase coersiva.
No Cazenga, a nível dos distritos, existem brigadas de fiscalização que continuam a moralizar os vendedores nos principais focos sobretudo onde possa haver resistência.
A administradora do Distrito Urbano do Cazenga, Laurentina Jacinto, fez saber que campanhas de sensibilização dirigidas às vendedoras, que insistem em comercializar produtos fora dos mercados, continuam numa acção conduzida pela Administração Distrital, Fiscalização e Polícia Nacional.
Sublinhou que questões ligadas a higiene, segurança alimentar, mobilidade urbana e perigos de acidentes por atropelamentos constam dos apelos lançados para se acabar com a venda em locais impróprios.
Segundo Laurentina Jacinto, os mercados da Deolinda e Cajueiros (cada com capacidade para mil 500 vendedores), construídos pelo Executivo, são os dois da circunscrição apresentados como exemplo de estarem as "moscas", porque as pessoas preferem as ruas em detrimento dos locais apropriados.
Lembrou que nos próximos dias, uma acção coerciva terá lugar, caso as comerciantes informais não se façam aos mercados voluntariamente para devolver a boa imagem da comunidade e venda de produtos saudáveis. PLA/SEC/VIC