Lubango - Um milhão, 583 mil e 996 habitantes de 17 municípios das províncias da Huíla, Namibe e Cunene, podem ver elevado o nível de insegurança alimentar, de Outubro do corrente a Março de 2022, revela um estudo.
Essa projecção resulta de uma investigação científica realizada pelo Ministério da Agricultura, Floresta e Pescas, de Julho a Setembro deste ano, sobre a Análise da Vulnerabilidade de Segurança Alimentar (AVSAN) e da Análise e Medição do Índice de resiliência, que indica ainda a possibilidade desse grupo integrar mais 260 mil novas pessoas nos próximos cinco meses.
O Estudo foi financiado pela União Europeia, co-gerido pelo Instituto Camões e apoios do programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), cujos resultados foram recentemente apresentados no Lubango.
A investigação teve com objectivo analisar e classificar de forma integrada as fases de insegurança alimentar e de desnutrição aguda, causadas pela seca e outros factores externos.
O quadro actual da situação da Insegurança Alimentar na região, lê-se no documento, é caracterizado como preocupante, pois mais de um milhão e 500 mil pessoas vivem tal realidade, enfrentando dificuldades no acesso a alimentos, mas projecta que outras 260 mil podem engrossar o grupo até Março de 2022.
A situação Insegurança alimentar na região de acordo com o estudo, está dividida em fases distintas, Mínima, Estresse, Crise, Emergência e de Fome, com maior incidência para a fase de Crise.
Desta feita, na província da Huíla, o município da Chibia, de 137 mil, 279 pessoas nessa condição, passará a ter 153 mil, 318 pessoas, Chicomba de 87 mil passará 106 mil, enquanto a Humpata, de 64 mil, 194 pessoas poderá ter 71 mil, 696 vulneráveis.
Já a Jamba, de 69 mil, 369 terá 78 mil e 17, os Gambos, de 66 mil, 737 para 78 mil 627 e Quilengues, de 45 mil, 205 para 54 mil 245 pessoas.
De acordo com o estudo, os meses de Outubro a Março são considerados de escassez alimentar, caracterizados pelo aumento dos preços no mercado interno, sendo que a próxima colheita agrícola inicia no fim do primeiro trimestre.
O estudo aponta ainda que a insegurança alimentar aguda está presente em todos os municípios dessas províncias, mas no entanto, os municípios da Cahama, Curoca e Ombadja no Cunene, Gambos na Huíla, Virei e Canucuio no Namibe, têm maior prevalência da população nesse estagio.
A elevada insegurança alimentar aguda nesta região, pode ser atribuída aos efeitos recorrentes da seca, que reduziu a produção, o aumento de preços de alimentos, a praga de gafanhotos que afectou algumas culturas, doenças do gado e roubo do mesmo.