Luena - Jornalistas de distintos órgãos de comunicação social destacados na província do Moxico defenderam, esta terça-feira, no Luena, maior abertura das fontes de informação, com vista a garantir o exercício da liberdade de imprensa.
Em declarações à ANGOP, a propósito do 29º aniversário do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, os profissionais consideram ter havido avanços no capítulo da liberdade de imprensa, na região, mas a falta de abertura de fontes oficiais continua a condicionar o exercício deste direito consagrado na Constituição.
De acordo com a secretária provincial do Sindicato dos Jornalistas, no Moxico, Arlete Simão, ainda é recorrente e preocupante o número de queixas dos profissionais, sobre a falta de abertura das fontes de informação, dificultando o cumprimento do princípio do contraditório, obrigando, muitas vezes, ao arquivamento das peças jornalísticas.
Ainda assim, a também profissional da Televisão Pública de Angola (TPA), encorajou a classe a cumprir com rigor a sua tarefa, principalmente, nesta altura que o país realiza mais um pleito eleitoral, em Agosto próximo, de modo a salvaguardar a democracia no país.
Por sua vez, a jornalista da Rádio Nacional de Angola (RNA) Florentina Dala disse que o país assinalou vários avanços em matérias de liberdade de imprensa, principalmente, com a expansão do sinal dos órgãos de comunicação social em diversas regiões do país.
"Para além da expansão do sinal, hoje já não existem interferências externas nas redacções, mas ainda assim temos muitos desafios pela frente", disse a profissional, há mais de duas décadas na RNA.
Ideia corroborada pelo também jornalista Bonifácio Bravantes, pertencente aos quadros da RNA, enaltecendo a abertura verificada no exercício da profissão, entretanto, queixando-se do difícil acesso às fontes de informação.
Enquanto isso, o director do Jornal de Angola, Samuel António, apontou a evolução que o país registou nos últimos cinco anos, com o surgimento de vários canais privados na internet, permitindo maior liberdade no acesso a informação.
Entretanto, a falta de abertura das fontes de informação continua a ser o principal obstáculo da classe, limitando, deste modo, o exercício da liberdade de imprensa, considerou o responsável.
"Os gestores públicos têm o dever e obrigação de prestar informação ao público sobre os actos administrativos que praticam nas respectivas instituições", disse, uma posição corroborada pelo jornalista da Rádio Ecclésia, Cristóvão Companhia.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é celebrado no dia 3 de Maio.
A data foi criada em 20 de Dezembro de 1993, com uma decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas, e celebra o Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e marca o dia da Declaração de Windhoek, uma afirmação feita com jornalistas africanos em 1991 afirmando os princípios da liberdade de imprensa junto com a UNESCO.