Catumbela – Dez jovens da Casa do Gaiato, arredores da cidade de Benguela, receberam nesta quinta-feira, kits para o fomento do auto-emprego, no âmbito do Programa de Acção e Promoção da Empregabilidade (PAPE).
Entregues pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, na presença do governador provincial de Benguela, Luís Nunes, os kits destinam-se à geração de postos de trabalho entre os jovens formados nas oficinas daquela instituição, nas áreas de serralharia, pintura, carpintaria e electricidade de baixa tensão.
Além disso, a Casa do Gaiato também recebeu cinco máquinas de corte e costura de última geração e três outros kits de moto-enxadas, equipados, entre outros meios, com moto-bombas, mangueiras, semeadores, pulverizadores, fertilizadores, para incentivar a produção agrícola.
Intervindo na ocasião, a ministra de Estado para a Área Social referiu que a acção combinada dos ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social e da Acção Social, Família e Igualdade do Género, para com as populações vulneráveis, sobretudo jovens e crianças.
A inserção no mercado de trabalho, através do empoderamento social, é, segundo Carolina Cerqueira, a meta das autoridades para aqueles jovens que têm menos oportunidades e que nunca sonharam que iriam ter ferramentas para desenvolver o seu trabalho em melhores condições.
Prometendo continuar a apoiar esse centro de internamente masculino, tutelado pela Igreja Católica, Carolina Cerqueira falou do impacto do PAPE, um programa governamental que visa a formação profissional dos jovens e o emprego, evitando assim a prática da delinquência.
É nesse contexto que a ministra de Estado para a Área Social lembrou que, até ao momento, a província de Benguela já beneficiou de cerca de 200 kits, sobretudo a favor sobretudo dos jovens em várias especialidades, na sequência do PAPE.
Relativamente às 120 crianças da Casa do Gaiato, agraciadas com brinquedos, avançou que, através dos programas de apoio social do Masfamu, terão doravante uma sala com computadores para aprenderem as novas tecnologias e despertar talentos, de forma a erradicar o trabalho infantil.
Questionada sobre um relatório do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica, que estima a destruição de 400 mil postos de trabalho de 2019 a 2021, a ministra, sem entrar em pormenores, defendeu iniciativas como o PAPE para a criação de mais empregos em tempos de crise económica e pandémica.
Visivelmente satisfeito, o padre Arnaldo Joaquim, responsável da Casa do Gaiato, informou de que os jovens beneficiários vão começar a desenvolver uma actividade rentável nas áreas em que estão formados, o que levará a criação de dezenas de postos de trabalho.
“São meios que faziam muita falta ao centro para a prestação de uma formação mais alicerçada aos jovens”, assumiu o sacerdote, para quem a formação sempre foi um dos pilares do lar de internamento, para dar autonomia aos jovens e lhes possibilitar uma inserção social condigna.
Já o “gaiato” Manuel Kaliqui lembra que muitos jovens formados estavam há mais de quatro anos no desemprego por falta de meios, uma situação que, a seu ver, pertence agora ao passado.
Serralheiro há dez anos, Domingos Jamba está entre os dez jovens beneficiários. Num misto de alegria e surpresa, promete formar muitos jovens e empregar, ao menos três, na sua oficina no bairro da Graça, número que poderá aumentar com o tempo.
“Em casa, só tinha electrodo e o resto era remediar para soldar. Agora tenho tudo: máquina de soldar, rebarbadora, luvas, máscara para proteger os olhos das fagulhas”, conta. E gaba-se de ver um sonho transformado agora em realidade.
