Luanda: capital da cultura da paz

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  • Luanda     Terça, 21 Novembro De 2023    08h44  
Vista parcial do Eixo Viário na cidade de Luanda
Vista parcial do Eixo Viário na cidade de Luanda
ANGOP

Luanda – A cidade de Luanda vai tornar-se, nos dias 22, 23 e 24 deste mês, na capital africana da cultura da paz, que se traduzirá num diálogo intergeracional entre chefes de Estado e jovens africanos.

Nesta 3ª edição do Fórum Pan-africano para a Cultura da Paz,  os participantes vão abordar, em seis painéis, temas como “Jovens, actores na promoção da cultura de paz e transformações sociais do continente-diálogo de alto nível” e  “Tecnologia e Educação como ferramentas para alcançar a igualdade de género”,

“O papel da mulher nos processos de paz, segurança e desenvolvimento”, “O processo de transformação dos sistemas educativos: Práticas inovadoras e financiamento no contexto africano”, “Os desafios e oportunidades da integração do continente africano e as perspectivas de crescimento económico” e “Alterações climáticas desafios éticos, impactos, adaptação e vulnerabilidade”, preenchem igualmente a agenda da Bienal de Luanfda.

O evento, uma co-organização de Angola, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e da União Africana (UA), vai focar-se  no Diálogo Intergeracional, que vai congregar Chefes de Estado e de Governo e jovens africanos.

Durante o encontro, os participantes vão focar-se, também, nos desafios de construir pontes entre gerações dedicadas a uma África pacífica, bem como cativar os jovens a contribuir, de forma efectiva, a médio e longo prazo, para o Movimento Pan-Africano para uma Cultura de Paz e Não-Violência.

Luanda: a cidade cosmopolita

Com 113 km2 (cidade) / 18 826 km2 (província), Luanda conta com mais de 7 milhões de habitantes.

Banhada pelo oceano atlântico, a capital angolana apresenta um clima tropical com uma estação quente e húmida de Outubro a Maio e uma estação fria e seca, o cacimbo, de Junho a Setembro.

Capital da República de Angola e capital da província homónima, é a maior cidade do país desde 1627. Reza a história que, por volta de 1974/1975, Luanda tinha uma população de aproximadamente 500 mil pessoas.

Durante os anos de conflito armado verificou-se um imenso êxodo de populações do interior para o litoral e, em particular, para a capital.

A partir de 2011, a anterior “grande Luanda” deu origem a três municípios: Luanda, Belas, Cazenga Viana, Quiçama, Cacuaco e Ícolo e Bengo, a que se juntaram o Kilamba Kiaxi e o Talatona.

O município de Luanda é formado por 5 distritos: Ingombota, Maianga, Rangel, Samba e Sambizanga.

Economia

Luanda é a cidade que apresenta maior crescimento económico, em particular, desde que Angola alcançou a paz e a estabilidade política e social, em 2002. Os vultuosos investimentos, nacionais ou em parceria com financiadores internacionais privados e institucionais, particularmente na área da construção civil e das telecomunicações, fazem da cidade e do município uma metrópole em crescimento acelerado, com sofisticados edifícios residenciais e de escritórios.

É o principal centro financeiro, comercial e económico de Angola, sendo responsável por cerca de 90% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Nesta cidade se encontram sediadas as maiores empresas angolanas e delegações e subsidiárias de várias multinacionais.

O porto de Luanda, localizado na baía de Luanda, é o principal porto do país, movimentando mais de 70% das importações e exportações angolanas (petróleo/crude excluído).

Turismo

Um dos mais belos cartões-postais de Luanda, a Avenida 4 de Fevereiro, conhecida simplesmente como Marginal, exibe o contraste entre a beleza natural da baía de Luanda e os edifícios modernos ao seu redor. A ilha de Luanda, à entrada da baía de Luanda, possui belíssimas praias de areias brancas e águas claras, ornadas por coqueiros. Na ilha existe uma excelente estrutura de entretenimento, com muitos bares e restaurantes. O carnaval da cidade, tem sido cada vez mais procurado pelos visitantes.

A Marginal é sobejamente conhecida pelos inúmeros transeuntes que se passeiam e aí fazem desporto diariamente.

Cultura/gastronomia

A característica cosmopolita de Luanda faz da cidade um ponto de encontro de todas as matizes e manifestações étnico-linguísticas, religiosas, artísticas, musicais, gastronómicas e folclóricas angolanas e até mesmo africanas. Soma-se a isso o imenso património arquitectónico e histórico.

A miscelânea étnica da população luandense reflecte também na interacção observada nos elementos culturais da cidade, onde as várias tradições dos diversos povos interagiram e tomaram características próprias na cidade. Essa mistura cultural observa-se nos pratos típicos (calulu, quizaca, funge de bombó ou de milho, moamba galinha, mufete, magoga, , feijão com óleo de palma, cabidela).

Dos pratos, o que mais representa Luanda pela sua popularidade é o mufete, desenvolvido pelos povos luandenses.

Nas manifestações artísticas musicais e de dança há o kizomba, o kuduro, o semba, o kazukuta, a rebita e o cabetula. O kuduro foi o primeiro género eminentemente angolano (e luandense) a torna-se popular mundialmente, enquanto a rebita remonta às raízes da música e dança locais.

Luanda é entre as demais províncias do país detentora de um património considerável que constitui o mas eloquente testemunho do percurso histórico da actividade e sensibilidade do povo angolano nos diferentes períodos e situações históricas.

A província proporciona aos seus habitantes e visitantes uma variada oferta. A arquitectura dos séculos XVII e XVIII está bem representada com as igrejas da Nª Sr.ª do Carmo, entre outros monumentos históricos e cultural. Um enorme conjunto de museus e locais de interesse histórico e paisagismo deslumbram os seus visitantes, como o museu nacional de Historia Natural, Museu nacional de Antropologia, o Museu Nacional da Escravatura, Museu de História Militar, o Marco Histórico do Kifangondo, entre outros.

A capital é também o principal pólo universitário do país, com um número considerável de universidades, entre as quais: Universidade Agostinho Neto, Universidade Católica, Universidade Independente, Universidade Jean Piaget e Universidade Lusíada.

Os habitantes de Luanda são, na sua grande maioria, de origem bantu, principalmente ambundu, ovimbundu e bakongo.

Actualmente, acolhe diversas comunidades estrangeiras, tais como portuguesa, brasileira, chinesa e da África do Oeste.

A língua mais falada em Luanda é o português, que é também a língua oficial do país, sendo também faladas várias línguas do grupo bantu, principalmente o kimbundu.

Luanda foi formalmente fundada por Paulo Dias de Novais em 25 de Janeiro de 1576 com o nome de São Paulo de Luanda. A escolha do local foi influenciada por três factores principais: a existência de um magnífico porto natural, situado numa baía aberta ao mar mas protegida por uma ilha, água potável, as águas dos poços da Maianga no que era a lagoa dos Elefantes e as excelentes condições de defesa oferecidas pelo morro de São Paulo.

Bienal de Luanda

Bienal de Luanda, que se realiza em cada dois anos na capital angolana, visa promover a prevenção da violência e a resolução pacífica de conflitos, incentivando a educação, o intercâmbio cultural em África e o diálogo intergeracional.

O evento reúne chefes de Estado e de Governo, representantes de Organizações Internacionais e de Instituições Financeiras do mundo, investidores, comunidades artísticas e científicas, jovens, mulheres e membros da sociedade civil, tendo sido concebido como espaço de reflexão sobre os principais desafios de desenvolvimento sustentável do continente Africano e da importância das artes na consciencialização sobre o valor da cultura da paz, ideias e boas práticas relacionadas com o progresso social e económico no continente.

É uma plataforma de implementação do "Plano de Acção para uma Cultura de Paz em África/Actuemos pela paz", adoptado em Março de 2013, em Luanda, no Fórum Pan-Africano "Fontes e Recursos para uma Cultura de Paz".

Serve ainda como um espaço de fomento do compromisso dos líderes africanos e da sociedade civil do continente com fundamento nas aspirações da Agenda da União Africana 2063, nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e, finalmente, na “Estratégia Operacional da UNESCO para a Prioridade África 2022-2029”. VM





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