Lubango chega aos 99 anos com desafio de travar vandalismo

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  • Huíla     Terça, 31 Maio De 2022    10h10  
Pormenor da cidade do Lubango
Pormenor da cidade do Lubango
Cedida

Lubango – O Lubango, capital da província da Huíla, assinala hoje, terça-feira, os seus 99 anos de existência desde que alcançou a categoria de cidade, no longínquo ano de 1923 e por conta da efeméride vive um feriado municipal.

O marco é a chegada de uma locomotiva do Caminho de Ferro de Moçâmedes, que apitou pela primeira fez no Planalto da Huíla, saída do Namibe.

Entre tombos e glórias, a urbe exibe, finalmente, um “rosto” que orgulha os seus habitantes, após longos anos de espera, a maior parte da cidade está renovada, outra recebe obras, mas o desafio está na luta contra os vândalos, que todos os dias forçam a reposição de bens que já custaram dinheiro ao Estado.

A acção desses malfeitores incide sobre os cabos eléctricos, centrais de captação de água, postes de iluminação pública e acessórios em jardins.

A cidade renasceu das cinzas, graças a implementação das obras das infra-estruturas integradas, financiadas pelo governo em 212 milhões de dólares. O destaque nas mudanças vai para à rua Hoji -Ya-Henda, conhecida por Picadeiro, que apresenta hoje uma área 100% comercial, onde destaca-se lojas e quiosques, já entregues, por concurso a operadores.

Ao todo, essas obras que duraram cinco anos, abrangeram 31 ruas, a maior parte delas no casco urbano e nasceram outras na periferia, o que valorizou bairros como a Machiqueira, Ferrovia, Mitcha, Mapunda e Tchioco.

A energia eléctrica aos poucos deixa de ser um problema, as restrições reduziram significativamente, mas a esperança vem do Norte, com a ligação da rede de Laúca, a partir do Huambo.

No dia do município, a administração local desafiou os citadinos a ganhar a cultura da denúncia de todos os actos de vandalismo e destruição dos bens públicos, com vista a responsabilizar e inibir os infractores.

O desafio foi lançado pela administradora municipal-adjunta para a área política, social e das comunidades, Helga Chaves, tendo realçado que a denúncia é um dever cívico dos cidadãos.

Lamentou ser difícil entender a vandalização de várias extensões de cabos eléctricos e que ninguém veja, ninguém denuncia, é uma questão que coloca situação de dúvida, porque os munícipes devem ter a cultura da denúncia aos coordenadores de zona e à Polícia Nacional.

A história revela que a chegada da locomotiva do Caminho de Ferro de Moçâmedes ao planalto da Huíla a 31 de Maio de 1923, ida do Namibe, conferia a então Sá da Bandeira, o estatuto de cidade, hoje tida como uma das mais belas do país.

Sá da Bandeira foi elevada à categoria de cidade numa quarta-feira, com a proclamação, na residência do Governo Geral, na Humpata (hoje município “satélite” do Lubango), do então alto-comissário da República, general Norton de Matos, uma homenagem a Marques de Sá da Bandeira.

 A “Cidade do Conhecimento”, nome que adoptou em 2007 ou “Jardim de Angola”, como conhecida nos anos 70 a 90, deixa para atrás os velhos problemas de mobilidade, pois as obras requalificação iniciadas em Setembro de 2017 trouxeram pela primeira vez infra-estruturas integradas.

Foi concebida para 50 mil habitantes e hoje cresceu com entrada em cena da nova centralidade da Quilemba e da urbanização da Eywa, que ajudaram a desmobilizar bairros urbanos de casas de lata e adobe que nasceram em zonas nobres em pleno período de conflito, cujos habitantes vivem hoje em condições mais dignas noutros conjuntos habitacionais, acolhendo quase um milhão e meio de habitantes.

A sua localização geográfica, sudoeste do país, limitado pelos paralelos 13 graus e 15 minutos e 16 graus e 30 minutos a Sul, assim como pelos meridianos 13 graus e 30 minutos e 16 graus a leste, torna-o num dos pontos de confluência de todos que desejam cruzar Angola.

O clima é tropical de altitude, a temperatura média anual ronda aos 20 graus centígrados, sendo Julho o mês mais frio e Novembro o mais quente. A média pluviométrica anual é superior a 1000 milímetros, o que faz com que a vegetação predominante seja baseada em árvores carnudas que surgem no meio de ervas rasteiras, próprias de regiões de transição para o deserto.

A etnia predominante é o subgrupo étnico Ovamuila, do grupo Nhaneka e dos Nkumbi, que vive disperso em pequenas aldeias.

O primeiro contacto europeu com pessoas da região data de 1627. Embora a soberania portuguesa tenha começado apenas em 1769, mas foram os holandeses que deram os primeiros sinais de povoamento europeu, por volta de 1880.

Os portugueses da Madeira fundaram, em Janeiro de 1885, a colónia de Sá da Bandeira, que a 31 de Maio de 1923 atingia a categoria de cidade.





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