Ondjiva - Cento e 82 crianças, dos 6 aos 14 anos de idade, que se dedicavam à venda ambulante nas cidades de Ondjiva, Santa Clara e Xangongo, província do Cunene, foram reintegradas no seio familiar, no quadro do processo de combate ao trabalho e exploração infantil.
O processo de recolha, cadastramento e encaminhamento, em curso desde dia 7 do corrente mês, permitiu a reintegração de 78 crianças de Ombadja, 72 de Ondjiva, 11 de Santa Clara, nove da Cahama, municípios da província do Cunene, e 12 do Lubango (Huíla).
Os dados foram apresentados, esta quinta-feira, pelo vice-governador para o sector Político, Social e Económico do Cunene, Apolo Ndinoulenga, durante uma reunião do conselho provincial de auscultação da comunidade.
Apolo Ndinoulenga fez saber que a operação permitiu a detenção de 27 adultos, proprietários dos negócios, acusados do crime de exploração de menores.
Na abertura da reunião, a governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, disse ser preocupante o número de crianças em idade escolar envolvidas no trabalho infantil, o que constitui uma ameaça para o desenvolvimento.
Explicou que o fenómeno requer uma intervenção de toda sociedade, uma vez que os menores abandonam as suas famílias e escolas.
O programa de combate ao trabalho infantil engloba o Gabinete de Acção Social, Família e Igualdade do Género, em parceria com o Instituto Nacional da Criança, da Polícia Nacional, do Serviço de Investigação Criminal, entre outros.
O encontro abordou a situação da gestão dos terrenos ao longo do canal do Cafu.
O conselho de auscultação, órgão de acompanhamento das políticas económicas e sociais, surge no âmbito das normas de organização e funcionamento da administração local do Estado, de acordo com as disposições legais do estatuto orgânico do Governo da província. PEM/LHE/OHA