Ondjiva - Dezasseis mil 237 pessoas afectadas pela fome, devido a seca que assola a região sul do país, encontram-se concentradas na povoação de Calueque, província do Cunene.
As famílias, originárias dos municípios dos Gambos, província da Huíla, Cahama, Curoca (Cunene), estão ao relento, por baixo de árvores e em tendas improvisadas.
De acordo com directora do gabinete da Acção Social, Família e igualdade do Género no Cunene, Elizeth Mwamelungi, grande parte destas famílias encontravam-se concentradas nos centros de acolhimentos de assistência às vítimas da seca desactivados no passado mês de Novembro.
Outros são populares provenientes de comunidades circunvizinhas, que apercebendo-se do apoio que está ser prestado aos refugiados regressados da Namíbia, também ocorreram a região, a fim de beneficiarem de assistência alimentar.
Actualmente, disse estar salvaguardada a assistência alimentar, onde a estratégia foi repartir a alimentação destinada aos repatriados e acudir às famílias que apresentam insuficiência alimentar.
Disse ser uma situação preocupante, com o aumento diário de famílias em direcção ao Calueque, o que remete ao governo criar novas estratégias para aquisição de tendas, de modo a abrigar as famílias.
“O desafio prende-se com a questão do abrigo para acomodar mais de 16 mil pessoas, realçando que grande parte delas são crianças que estão sujeitas a enfrentar as chuvas”, sublinhou.
Para mitigar a situação, afirmou que foi traçadoum plano de criação de postos de acolhimento na Cahama e Curoca, para abrigar famílias que manifestarem o desejo de regressar as suas zonas de origem.
Reassentadas mais de 600 famílias provenientes da Namíbia
No entanto, seiscentas 83 famílias, correspondendo a mil 731 angolanos refugiados na Namíbia por causa da seca na região sul do país, foram abrangidas pelo processo de reassentamento de cidadãos no centro de acolhimento de Calueque.
Em curso desde o passado dia 4 deste mês, o processo prevê o regresso de sete mil 730 angolanos que procuraram no território namibiano soluções contra à fome.
As regiões com maior concentração de angolanos são Owanguena e Omussati, Norte da Namíbia, com três mil 100 pessoas, seguindo-se as zonas de irrigação de Etunda e Oshifo.
Segundo a directora da Acção Social, Elizeth Mwamelungi, o processo teve um interregno durante oito dias e retomou nesta quinta-feira (27) com o regresso de 11 famílias que encontravam-se perto de Windhoek.
Disse que o regresso decorre sem grandes constrangimentos, realçando que apesar da insuficiência de tendas, as condições alimentar, fornecimento de àgua e saúde, estão garantidas.
A seca no Cunene afecta mais 552 mil 638 pessoas, sobretudo nos municípios do Curoca, Cuanhama, Cahama e Ombadja.