Luanda – Pelo menos 63 mil famílias vulneráveis são acompanhadas por mais de 300 Adecos, na província de Luanda, que identificam as dificuldades e apoiam as comunidades na resolução destes problemas nos domínios da educação, saúde e saneamento básico.
A ANGOP constatou que as equipas dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitários (Adecos) estão também envolvidas no Programa de Fortalecimento da Protecção Social, Kwenda , uma iniciativa do Executivo que visa apoiar as famílias mais pobres e em situação de vulnerabilidade, nos municípios de Icolo e Bengo, Quiçama e Cacuaco.
No município de Icolo e Bengo, sete mil e 300 famílias rurais são apoiadas e atendidas por 73 Adecos, nas questões ligadas ao saneamento básico, registo civil das crianças, inserção no sistema de ensino, tratamento da malária, segurança alimentar e agricultura de subsistência.
Em declarações à ANGOP, o supervisor dos Adecos em Icolo e Bengo, António Rogério Dala, disse que cada Adeco atende aproximadamente 100 famílias nas diversas áreas da vida social.
De acordo com o responsável, os Adecos tem formação académica até 12 classe e todas outras valências são fornecidas pelo Ministério da Administração do Território (MAT) e o Ministério da saúde.
Os Adecos em Talatona trabalham, desde Abril, nas comunidades para identificar e sensibilização das famílias que vivem com crianças desnutridas.
Em declarações à ANGOP, a responsável municipal de saúde pública, Neusa Lazary, disse que a acção de prevenção e encaminhamento ao tratamento, deve-se ao elevado índice de casos de desnutrição que se registam em Talatona.
Os Adecos no município são formados pelo Fundo de Apoio Social (FAS) detentora do projecto com a parceria de organizações nacionais e estrangeiras.
Informou que a actividade dos Adecos em Talatona, que é a de prevenir o surgimento e a proliferação de doenças, esteve paralisada durante um período por questões administrativas, situação já ultrapassada pelas autoridades competentes.
Segundo Neusa Lazary, os Adecos assentam na ideia de que a saúde, mais do que apenas o hospital e medicamentos, depende, sobretudo, de um conjunto de acções que previnam o surgimento e a proliferação de doenças.
“O atendimento destes agentes incluem a adequada gestão das famílias com o provimento dos serviços sociais básicos e o combate à pobreza através da promoção do desenvolvimento económico local”, referiu.
O município da Quiçama conta com 63 Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitários para apoiar às comunidades, disse a assistente principal dos Adecos, Francisca Vissanzo.
O principal objectivo dos Adecos na Quiçama, segundo Francisca Vissanzo, é chegar nas zonas mais recônditas para recolher as inquietações das famílias e posteriormente fazer chegar às autoridades administrativas.
Os Adecos têm também a tarefa de mobilizar a população para a adesão aos diferentes projectos desenvolvidos pelo Executivo como o registo civil, campanhas massivas para a obtenção do Bilhete de Identidade, Kwenda, combate a malária, entre outros programas.
Apontou como dificuldade a mobilidade dos agentes, uma vez que as comunas ficam muito distantes da sede municipal e os acessos que, em época chuvosa, não oferecem condições de transitabilidade.
Os Adecos na Quiçama são seleccionados nas comunidades pela administração e trabalham sob supervisão do Fundo de Apoio Social (FAS) na identificação e resolução dos problemas.
No Cazenga, 30 agentes foram treinados para dar resposta ao programa de combate à malária e tem feito o cadastramento e acompanhamento das famílias para reduzir a frequência destas nos centros médico e hospitais.
Fonte da administração local referiu que o número de pacientes e internamentos no Hospital Municipal do Cazenga reduziu substancialmente, fruto do trabalho de prevenção e assistência social dos Adecos junto das famílias vulneráveis.
No município do Kilamba Kiaxi, a falta de um incentivo financeiro tem dificultado actuação dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitários, de acordo com o coordenador local dos Adecos, Ernesto Afonso.
Ernesto Afonso disse que o Kilamba Kiaxi conta com 40 agentes, mas de momentos estão activos apenas 37 a realizar actividades de mobilização por falta de subsídio, o que desincentiva a realização do trabalho no terreno.
Segundo o responsável, os agentes recebiam 33 mil Kwanzas mensais que servia para as suas despesas diárias, mas este subsídio foi cortado e fez com que muitos deixassem-se de trabalhar nas campanhas de sensibilização, passando a realizar outros negócios.
O coordenador informou que no Kilamba Kiaxi os agentes continuam a apoiar nas campanhas de vacinação, sensibilização dos munícipes para procurar os serviços de saúde e acompanhar os pacientes aos postos médicos.
Enquadrada no Programa de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, a acção dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário tem o financiamento do Banco Mundial, Fundo Global, Governo de Angola através do FAS/MAT e conta, de igual modo, com Doação da União Europeia.