Menongue – O município de Menongue, capital do Cuando Cubango, completa hoje, 21 de Outubro, 61 anos de existência com avanços assinaláveis nos mais variados domínios da vida social e económica.
O município possui uma superfície de 23 mil e 565 quilómetros quadrados, composto por três comunas, nomeadamente Sede, Missombo, Caiundo e Jamba Cueio. Tem uma população estimada em 306 mil 622 habitantes.
Os registos históricos dão conta que, a 21 de Outubro de 1961, o diploma legislativo ministerial nº 51 cria o distrito do Cuando Cubango e fixa Serpa Pinto, como sua capital. Nesta data foi elevada à categoria de cidade a antiga Vila de Serpa Pinto.
O povoamento de Menongue intensificou-se a partir da constituição do distrito do Cubango, em 1920, facto que terminou com a fundação oficial da vila de Serpa Pinto, em 1921. A constituição do 1º Posto Administrativo de Serpa Pinto terá ocorrido dois anos mais tarde, em 1923.
Hoje, o município que tem como um dos seus principais cartões postais o rio Cuebe, que divide a cidade em duas partes, conta com um nível de desenvolvimento notório e uma perspectiva animadora nos domínios da energia e água, educação, saúde entre outros.
Energia
O fornecimento de energia eléctrica, que constitui ainda preocupação dos munícipes, está a conhecer melhorias com as obras de expansão da rede de distribuição de baixa tensão, que arrancaram no mês de Maio deste ano, e vai abranger mais de 30 zonas urbanas e suburbanas de Menongue.
Orçado em mais de 1,6 mil milhões de kwanzas, o projecto está a ser executado no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e contempla seis mil ligações domiciliares, a instalação de contadores pré-pagos, a colocação de Postos de Transformação (PT), a reabilitação e manutenção do sistema de iluminação pública existente.
Este projecto visa dar resposta a central térmica do Kwebe que o município ganhou há dois anos, com uma capacidade de 50 megawatts, mas, por causa do número reduzido de consumidores, não funciona nem sequer a 50 por cento da sua potência.
É olhando nesta vertente que o governo da província, em parceria com a Administração Municipal de Menongue, está a levar a cabo o projecto de expansão da rede da baixa tensão em mais de 50 bairros que nunca beneficiaram deste serviço.
PIIM com bons indicadores no sector das águas
Estão em curso as obras de requalificação da rede de distribuição de água potável da cidade de Menongue, enquadradas igualmente no PIIM, que neste momento decorrem a bom ritmo, com mais de 70 por cento de execução física.
Com um orçamento de mais de três mil milhões de kwanzas, as obras tiveram início em Abril deste ano e foram divididas em duas fases, sendo que a primeira inclui os bairros Popular e Castilho, com 1,9 mil milhões de kwanzas, e a segunda fase abrange a zona urbana, orçado em 1,5 mil milhões de kwanzas.
Além de melhorar o abastecimento de água para os clientes já existentes, o projecto de reabilitação e ampliação da rede de distribuição de água potável vai permitir ainda a inclusão de cerca de 10 mil novos beneficiários da zona urbana e dos bairros Popular e Castilho, com cerca de 800 ligações domiciliárias.
O administrador municipal, José Ernesto da Silva, disse que estes dois projectos constituem um alento aos munícipes de Menongue, que durante muitos anos viveram momentos difíceis por causa da falta do fornecimento de energia eléctrica e água potável.
Recordou que, até o alcance da paz, em 2002 o município contava apenas com um grupo gerador de mil KVA, que permitia fornecer energia apenas no centro da cidade de Menongue, mas hoje mais de 50 bairros periféricos beneficiam deste serviço.
No que toca ao abastecimento da água, a antiga central também só permitia abastecer o centro da cidade e com a construção da actual, com capacidade de bombear 11 mil litros cúbicos por dia, muitos bairros foram contemplados.
Reconheceu que devido à demanda, urge a necessidade de se construir uma nova central com capacidade para bombear pelo menos 50 mil metros cúbicos de água por dia.
Educação cresce
Neste domínio de capital importância para o desenvolvimento de qualquer sociedade, regista-se um crescimento exponencial, quer na vertente de infra-estruturas, quer na área de recursos humanos.
Os dados disponibilizados pela direcção municipal da educação apontam para a existência de 89 escolas, com um total de 886 salas de aula.
No presente ano lectivo foram matriculados 70 mil e 79 alunos, que são acompanhados por um total de três mil 322 professores.
No final deste ano, poderão ser inauguradas duas novas escolas, com sete salas de aula cada, sendo uma na aldeia Forte Menongue e outra na comuna do Jamba Cueio, enquadradas nas acções do PIIM.
Saúde
Neste domínio são contabilizados 559 enfermeiros, 227 técnicos de diagnóstico e terapeuta, 86 médicos, 27 postos de saúde, 10 centros de saúde e um hospital municipal.
No quadro da implementação do PIIM estão a ser construídas mais três unidades sanitárias do tipo “T1 e T2”. Trata-se de dois postos de saúde nas aldeias de Soma e Abel, com áreas para atendimento ambulatório, já executadas na ordem dos 40 por cento.
As infra-estruturas estão orçadas em 166 milhões 238 mil e 209 kwanzas cada, incluído o respectivo apetrechamento.
Já o centro de saúde da aldeia do Dumbo, 45 quilómetros a Oeste da cidade de Menongue, comporta uma área para internamento com 12 camas, área de vacinação, atendimento às grávidas, bem como área de apoio hospitalar, orçada em mais de 289 milhões kwanzas.
Crescimento económico
A comuna de Missombo já está a dar os primeiros passos, onde 80 toneladas de peixe do tipo tilápia, vulgo cacusso, foram comercializadas durante o primeiro ciclo de produção, pelo Centro de Larvicultura e Engorda do Missombo, que resultou na arrecadação de 72 milhões de kwanzas.
As 80 toneladas da tilápia, que representa uma tiragem de 50 por cento da produção, foram comercializados de Agosto de 2021 a Maio de 2022 nas províncias do Cuando Cubango, Bié, Huambo e Luanda, numa acção que visa contribuir na diversificação da dieta alimentar das famílias.
A segunda fase de produção terá início no final deste mês de Outubro, onde prevê uma produção de 70 por cento da safra anterior.
Centralidade pode ser concluída em Maio de 2023
As obras da centralidade do Tucuve, arredores de Menongue (Cuando Cubango), com 212 apartamentos do tipo T3 e 12 lojas comerciais, poderão terminar em Maio do próximo ano, após uma interrupção de seis anos, por falta de verbas.
Trata-se da primeira fase do futuro centro urbano em construção numa área de 6,9 hectares dos 16 que representam o plano urbanístico, num investimento do Estado angolano orçado em 23 milhões de dólares norte-americanos, que inicialmente poderá beneficiar a mil e 300 pessoas.
O projecto habitacional terá, igualmente, unidades comerciais, área verde com 500 metros quadrados e uma zona de sete mil e 810 metros quadrados para o estacionamento de viaturas, uma escola primária, igual número de postos policiais e de saúde, edifício administrativo, parques infantis, zonas desportivas e de lazer.
