Lobito – O Governo Provincial de Benguela vai construir, no espaço do Tchapanguele, município do Lobito, um novo mercado com naves, área de refrigeração, quartos de banho e vias para circulação de táxis, soube esta quinta-feira a ANGOP.
Essa informação foi avançada hoje, pelo novo administrador local, Evaristo Calopa Mário, num encontro com empresários da municipalidade, para contrariar artigos publicados nas redes sociais, alegando-se que o referido espaço terá outro propósito.
Porém, segundo ele, mais uma vez os feirantes que vendem actualmente naqueles arreadores serão retirados provisoriamente daquela zona, devido a movimentação de máquinas.
Fez saber que haverá também obras em breve na estrada que liga ao bairro da Canata, junto ao Posto Aduaneiro, para desviar-se o trânsito da avenida Salvador Correia, Cerveira Pereira, Sá da Bandeira e a via rápida, que também serão reparadas.
Da mesma forma, informou, no mercado do Compão, com um espaço de cerca de dez hectares, igualmente desarticulado na altura do estado de emergência, haverá zonas de refrigeração, quartos de banho e áreas próprias para os feirantes venderem sem problemas de higiene e outros constrangimentos.
“Estamos a pensar em colocar um jardim-de-infância junto ao mercado, para os filhos das feirantes passarem o dia enquanto elas trabalham”, frisou.
Apesar do administrador ter convocado os empresários para auscultar algumas das suas preocupações, aproveitou para anunciar alguns projectos para o melhoramento da cidade e pediu a colaboração aos munícipes, naqueles problemas que estiverem ao seu alcance.
Questões como receitas fiscais produzidas na cidade do Lobito, saneamento básico, direito de superfície e emprego, foram discutidas no âmbito da governação participativa.
O excesso de burocracia na própria administração, a questão da segurança na transportação de carga, vias de acesso e saneamento básico, foram outras inquietações levantadas pelos participantes.
Segundo o empresário Bento Camgombe, é urgente a mudança da actual política fiscal do município, segundo a qual as receitas são destinadas na sua maioria para o governo provincial e central.
Na sua opinião, uma boa parte das receitas devem ser utilizadas no próprio município para este conseguir resolver os seus próprios problemas.
Por outro lado, referiu-se sobre o relançamento da Refinaria e a prioridade de empregos, preocupando-se com os jovens despedidos recentemente de empresas especializadas no ramo petrolífero, como o caso da Sonamet.
Por sua vez, Matias Augusto, outro empresário, apresentou a dificuldade na aquisição do direito de superfície, da responsabilidade da administração, que tem impedido a criação de empresas e consequentemente a falta de acesso ao crédito para implementação dos seus projectos.
O município do Lobito tem uma extensão de 2.700 quilómetros quadrados e representa cerca de sete por cento do território da província. A sua população está estimada em 500 mil habitantes, com cerca de dois terços concentrados na sede municipal.