Luena – O Governo Provincial do Moxico está sem capacidade técnica e financeira para estancar as ravinas do sul e norte da cidade do Luena, que ameaçam destruir vários empreendimentos socioeconómicos.
A ravina a norte do Luena aumentou o seu raío de acção, progredindo mais de 300 metros de comprimentos e seis de profundidade, nos últimos dias, ameaçando cortar a circulação na estrada de acesso ao centro de captação do rio Lumeje, principal centro de captação e distribuição de água.
Uma das ravinas, que surgiu há dois anos, nunca sofreu nenhuma intervenção para o seu estancamento, encontrando-se numa fase bastante avançada e a ameaçar atingir as residências do bairro Social, um dos que mais cresceu nos últimos dez anos.
No extremo sul da cidade do Luena há uma outra crónica ravina, dos anos 90, conhecida como “ravina do bairro Aço" que, apesar de sofrer várias intervenções desde há dez anos, ganhou outros contornos na presente época chuvosa.
As enxurradas que caíram entre Janeiro e início do corrente mês levaram a ravina a ramificar-se e progredir em mais 360 metros, encontrando-se a escassos 20 metros de destruir uma das centrais térmicas, 40 metros da instalação do Corpo de Bombeiros e 200 metros da emissora provincial da Rádio Nacional de Angola e escolas adjacentes.
Na lista de consequências consta ainda o desabamento de dezenas de casas construídas ao redor da referida ravina.
Em declarações à ANGOP, o director do Gabinete Provincial de Infra-estruturas e Serviços Técnicos, Honório Sacuparica, manifestou preocupação com a situação, não obstante os trabalhos paliativos efectuados para se reduzir a progressão das ravinas.
Informou que o Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território está em vias de enviar ao Luena uma empresa, para efectuar o levantamento dos estragos e conter definitivamente a ravina.
Lamentou o facto da população desalojada pelas chuvas, ter voltado às residências, expondo-se a riscos.
Dados oficiais indicam que até 2019, a província contava com 21 ravinas, número que aumentou, em 2020, para 47, das quais 36 com tendência de progressão e sete estancadas.