Luanda - Uma campanha denominada “Eu sou real“ que visa ajudar na consciencialização de todos sobre as diferenças de corpos e a auto-aceitação está a decorrer, desde o mês de Junho deste ano, em Luanda.
Criada por um grupo de 12 mulheres angolanas, entre embaixadoras, psicólogas e sociólogas visa ainda mostrar como a pressão pela perfeição pode afectar a saúde emocional, levando-as por vezes a depressões e frustrações.
O projecto envolve igualmente a criação de uma rede de apoio psicológico à mulher no pós-parto, como também aquelas que sofrem a pressão de não conseguir gerar um filho.
De acordo com a mentora do projecto, Rossana Dias, espera impactar a sociedade com discursos reais de mulheres e gerar discussões em torno do assunto.
Rossana Dias explicou que a ideia surgiu em Fevereiro do ano em curso, poucos meses depois de ter dado a luz à sua primeira filha, e motivada pelos comentários que ouvia em relação à sua forma física, que havia sofrido transformação, resolveu criar o projecto.
“Vamos realizar acções contínuas para que a campanha “Eu Sou Real” continue a ser motivo de debates, queremos levar a campanha para todas as províncias de Angola e posteriormente para os países de língua oficial portuguesa", frisou.
Actualmente a campanha já é difundida em Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e na plataforma digital Instagram mulhereal.ao.
A também jornalista acha normal que cada mulher busque a aparência que desejar, desde que não coloque em causa o seu bem-estar, recordando que se a busca pelo corpo ideal tiver sido motivada pela vontade de alcançar um padrão imposto, pode afectar negativamente a auto-estima se não atingir os resultados esperados.
"Comparar-se constantemente com outras mulheres ou outros corpos pode afectar negativamente a auto-estima. Daí a ideia de trazer a campanha “Eu Sou Real” para fazer reflectirmos como cada uma deve olhar para si com amor em todas as fases do seu corpo", aconselhou.
Tem como desafio a consolidação da rede de apoio psicológico para mulheres, actualmente em fase de criação, bem como fazer o acompanhamento de mulheres que sofrem devido a depressão pós-parto, aborto espontâneo, bem como as que estejam a sofrer pressão social por terem optado não ter filhos.
Numa primeira fase o acompanhamento será feito de forma virtual.