Malanje- Seiscentas e 50 mulheres afectas aos órgãos operativos da Delegação do Ministério do Interior em Malanje, marcharam hoje, quarta-feira, nesta cidade, em repúdio ao abuso sexual contra menores.
A jornada foi promovida pela Associação de Apoio a Mulher Polícia (AAMPA), visando desencorajar a violação sexual, face a onda de crimes do género que vêm ocorrendo nos últimos tempos na província.
Enquadrada nas comemorações do dia internacional da criança (1 de Junho), a marcha partiu do largo Rainha Njinga a Mbande e percorreu as principais artérias da cidade de Malanje, com a exibição de cartazes e panfletos com dizeres como “Não a violência contra menores”, “Abaixa a violência contra criança”, entre outros.
A mesma serviu para exigir a responsabilização criminal e civil dos agressores, tendo apelado para a participação da sociedade nesta empreitada.
Na ocasião, a presidente da AAMPA em Malanje, Eidy Wíndua, disse ser intenção despertar a consciência da população, para a denúncia dos casos de violação sexual, uma vez que muitas mulheres sofrem no silêncio alegadamente para defender a posição social ou física do agressor.
Explicou que a Associação vai continuar a promover acções de sensibilização sobre a abstenção a essa prática, através de palestras nas escolas, igrejas e bairros.
Por outro lado, a responsável apontou a privação de afectos, maus-tratos, abandono escolar, doenças crónicas, obesidade, entre outros, como sendo outros factores que afectam muitas crianças e que em certos casos desencadeiam em discriminação.
Essa problemática, realçou, carece igualmente de atenção e deve ser combatida pelos adultos, nas comunidades.
Entretanto, o director provincial de comunicação institucional e imprensa do Ministério do Interior em Malanje, Superintendente Junqueira António, reiterou o engajamento de todos na luta contra os abusos sexuais e outras práticas de violência contra as crianças no seio das famílias, vizinhança e nas comunidades, muitos dos quais cometidos por pessoas próximas das vítimas.
De referir que no primeiro trimestre deste ano, a Delegação do Interior em Malanje, registou mais de 30 casos de abusos e agressões sexuais contra menores, cifra considerada alta pelas autoridades judiciais.
Participaram da marcha, mulheres dos Serviços Penitenciários, Migração e Estrangeiros, Protecção Civil e Bombeiros e da Policia Nacional.