Luanda - A Organização da Mulher Angolana (OMA) pretende ver o tema família elevado ao nível de problema nacional com envolvimento da sociedade, anunciou, esta sexta-feira, em Luanda, a sua secretária-geral adjunta, Esperança Pires.
Na abertura de uma palestra, em alusão ao 15 de Maio, Dia Internacional da Família, a responsável disse que a gravidade do problema requer a busca de soluções práticas, imediatas e sustentáveis.
Para a interlocutora, a questão da violência no lar e no ambiente familiar é um dos lados mais visíveis da problemática da família em Angola.
Apontou a inversão de papéis na família, quando as mães assumem o papel de pai, a fuga à paternidade, a fragilização e perda dos laços familiares, bem como a assumpção de responsabilidades de menores em relação aos seus irmãos, como os principais problemas.
"A sua resolução só será possível de forma abrangente e integrada, considerando a transversalidade dos aspectos que concorrem para o actual estado de coisas", defendeu.
Os diversos, referiu, fenómenos ocorridos na sociedade angolana ao longo dos anos que se seguiram à proclamação da independência nacional, afectaram profunda e radicalmente as famílias e provocaram rupturas e desvios que se tornaram em marcas indesejáveis na estrutura familiar tradicional de cujos efeitos ainda padecem.
Justificou que a urgência em atender as demandas sociais, pode ter levado que a questão da família não fosse cuidada na dimensão necessária e para a normalização da situação deve-se reflectir profundamente, os receios, tabus sobre a realidade e as melhores vias para restabelecer o conceito, valores e o lugar na família na sociedade.
Já o reitor da Universidade Gregório Semedo, Laurindo Vieira, que abordou no evento o tema "Que familia temos e que família Queremos", falou da inversão de valores fundamentais nas familia, nas zonas urbana, coisa que na rural se resolve desde a base.
A título de exemplo, disse que nas zonas urbanas desde cedo é orientada a opção sexual às pessoas.
"Hoje não basta apenas nascer homem ou mulher, a orientação sexual precisa ser educada, porque é uma questão psicológica ", defendeu.
Aconselhou as familias a velarem pela repreensão e ensinamento.
O evento é uma Organização da Mulher Angolana por considerar o valor da familia e pretender contribuir pada abordagens públicas das problemáticas da sociedade. ML/VIC