Ramiros – Mais de cem espécies da fauna e flora da comuna do Mussulo, no município de Talatona, foram catalogadas de Janeiro a Dezembro deste ano, pela ONG Otchiva, no âmbito do projecto “Alerta Mangais”.
Em declarações à ANGOP, esta sexta-feira, o coordenador da área de saneamento do "Alerta Mangais" José Alexandre Epalanca, referiu que o projecto, que termina este mês de Dezembro, cobriu um área de 174 hectares a nível da comuna, tendo se evidenciado na flora.
Quanto à fauna, referiu, destacam-se a presença ou “retorno” dos flamingos, alcatraz e pelicanos, localizados principalmente na costa do litoral do sector do buraco na referida localidade.
O projecto concebido em quatro áreas, nomeadamente, campanhas de limpeza e manutenção nas áreas dos mangais, do crédito de carbono e catalogação da biodiversidade, deverá apresentar um relatório técnico.
“As aves foram as mais desafiadoras durante o processo, por serem migratórias, então demorou um ano para catalogar todas as espécies”, sublinhou.
José Alexandre Epalanca apontou como dificuldades para execução do projecto, as construções de habitação e resorts em áreas de mangais, bem como a falta de educação ambiental das comunidades.
Para contrapor essa situação, sublinha, foi criada uma brigada de sete jovens activistas, que desenvolviam o trabalho de protecção e limpeza dos mangais, com o envolvimento das comunidades, na reciclagem de plástico, ferro e a produção do sabão.
O projecto “Alerta Mangais” está a ser financiado pela TotalEnergies e conta com o apoio do governo angolano.
A Organização não governamental angolana Otchiva foi criada em 2017, está vocacionada na protecção, conservação e restauração de mangais e congrega mais de mil membros na sua maioria voluntários, em todo país.
