Pessoas com albinismo lutam contra o preconceito

     Sociedade           
  • Luanda     Terça, 13 Junho De 2023    18h48  
Presidente da Associação Tribo Kwenda, Lauro Martins
Presidente da Associação Tribo Kwenda, Lauro Martins
António Tavares-ANGOP

Luanda – As pessoas com albinismo em Angola ainda lutam contra o estigma para poderem se afirmar do ponto de vista social, económico e profissional, afirmou hoje, terça-feira, o presidente da Associação Tribo Global Kwenda, Lauro Cassule.

Em entrevista à ANGOP, a propósito do 13 de Junho, Dia Internacional de Consciencialização sobre o Albinismo, disse que o preconceito tem feito com que esta franja seja excluída da sociedade ou se auto excluam.

 "Está situação gera consequências, sendo uma delas a pobreza, tornando a pessoa com albinismo incapaz de prover os bens essenciais como protector solar, óculos e consultas", referiu.

Neste contexto, a subvenção de medicamentos e consultas é um dos caminhos apontados como solução deste problema, sendo necessária adopção de políticas, por parte das autoridades, para a execução de um programa inclusivo.

Lembrou que o Executivo apresentou um Plano de Apoio e Protecção a Pessoa com Albinismo, que engloba cerca de 15 ministérios, mas ainda aguarda-se pela sua aprovação, para responder satisfatoriamente os desejos deste grupo.

Ainda assim, reconheceu que, ao contrário de alguns países africano, Angola tem dado passos consideráveis para proteger estas pessoas específicas,  mas, sublinhou, ser necessário a definição de políticas mais efectivas para se tornar num bom exemplo em África quanto às boas práticas na inclusão da pessoa com albinismo.

"Tem acontecido aos poucos a inclusão de pessoas com albinismo no nosso, país, criando assim referências que há tempos não se via", referiu.

Fisioterapeuta dá cartas no Dom Cardeal Nascimento

 O jovem técnico fisioterapeuta Gil Paulo, funcionário do Complexo de Doenças Cardio-pulmonares Dom Alexandre do Nascimento é um exemplo de superação e abnegação na conquista dos seus sonhos, que, sabendo conviver na diferença, venceu o preconceito.

Em declarações à ANGOP, referiu que os problemas que afectam as pessoas com albinismo são vários, como o estigma, bem como as dificuldades no acesso às consultas dermatológicas e oftalmológicas, devido ao elevado custo.

O fisioterapeuta referiu ainda sobre as dificuldades para a obtenção da carta de condução, segundo o qual, em algumas situações os requerentes nem se quer são examinados.

Quanto a vida da pessoa com albinismo em Angola, o jovem disse que ainda é marcada por muitos desafios, sendo que boa parte são pobres.

"É preciso a acção do Executivo e outras instituições para que se superar a questão do estigma  e outras dificuldades que passam as pessoas com albinismos", afirmou.

Por sua vez, o jovem Ivés Martins apelou às famílias para que sejam mais solidárias com as pessoas com albinismo, sendo que muitos começam a sofrer o estigma no seio familiar.

"É necessário que as famílias dêem apoio, no sentido de que a pessoa com albinismo possa crescer com melhor acompanhamento", referiu.

Por seu turno, Lúcia David, mãe de uma criança de dois anos com albinismo, o analfabetismo, desemprego, o acesso aos serviços de saúde, medicamentos, protectores solares, falta de hospitais de referência, como as principais dificuldades desta franja da população.

Disse que o número de doentes com câncer da pele cresce todos os dias e tem levado muitos albinos a conhecerem a morte precocemente.

Defendeu a expansão das políticas que subvencionam ou atribuem gratuitamente os óculos e outros benefícios à pessoa albina.

A interlocutora afirmou também que é comum encontrar-se empresas e escolas sem ambientes adaptados para funcionários e alunos albinos.

 Lamentou o facto de ter de importar medicamentos, sobretudo cosméticos.

Afirmou que o protector solar mais barato, quando aparece, custa 20 mil kwanzas.

O albinismo é uma condição genética que pode afectar pessoas em todo o mundo, independentemente de raça, etnia ou sexo.

Face aos grandes desafios que têm passado em todo mundo, as Nações Unidas adoptaram a 18 de Dezembro de 2014, uma resolução que estabelece o dia 13 de Junho como Dia Internacional de Consciencialização sobre o Albinismo. ANM/ART

 

 





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