Cuito - Os empreiteiros que estão a executar as obras ligados ao Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) na província do Bié defenderam à necessidade de se reajustar os orçamentos das empreitadas, devido à subida do material de construção.
A reivindicação foi manifestada ao grupo técnico de constatação das obras em curso nesta província, coordenado pelo secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Caldas, que trabalhou neste território durante três dias, com o objectivo de constatar o grau de execução física e financeira das empreitadas.
Para Paiva Horácio, da empresa de construção civil "Nambelo filhos Lda", responsável pela edificação da administração da comuna de Calussinga, os preços dos materiais subiram substancialmente, prejudicando o normal andamento das obras.
“Neste momento os trabalhos estão paralisados, porque os 50 milhões de kwanzas acordados no contrato já não chegam para concluir a obra”, disse.
Paiva Horácio fez saber que, com a prática destes preços, dificilmente as obras do PIIM serão concluídos, pelo que se solicita aquém de direito no sentido de reaver os orçamentos programados inicialmente.
Já o responsável da empresa Almicar Construções, encarregue da construção de uma quadra polidesportiva, avaliado em 50 milhões de kwanzas, adiantou que brevemente vai parar com obra, porque os valores nesta altura são insuficientes para os encargos da mesma.
Almícar Aurélio disse ainda que a sua empresa não consegue pagar os salários dos seus funcionários, devido à incapacidade do custo da empreitada.
Por sua vez, a administradora municipal da Nhãrea, Maria Lúcia Chicapa, solicitou das estruturas centrais a adequação dos orçamentos das obras do PIIM, com o contexto actual, de forma que as mesmas prossigam com o curso normal.
Disse ainda que este cenário pode vir a contribuir no atraso de entrega de várias empreitadas.
Quanto às preocupações levantadas, o coordenador do grupo técnico, Nuno Caldas, no balanço feito nesta quarta-feira referiu que vão levar as inquietações junto das estruturas centrais e reforçar a necessidade de se incrementar a verba financeira, para que os empreiteiros possam concluir as obras com a qualidade e prazos previstos.
Disse igualmente terem recomendado aos empreiteiros e ficais para que primam por uma qualidade nas acções, para que o património público construído possa assegurar um período de durabilidade maior do aquele que por vezes se constata.
Apelou ainda para que haja por parte das administrações municipais uma melhor garantia para a gestão e manutenção dos bens construídos e em curso, para o bem da população.
O governante congratulou-se também pelo facto do PIIM gerar muito emprego para jovens em todos os municípios.
Durante a sua estada nesta região, o grupo técnico manteve encontro com os membros do governo da província do Bié e visitou as obras enquadradas no PIIM dos municípios do Cuito, Cunhinga, Andulo, Chinguar e Nhãrea.
O governo da província do Bié escreveu até ao momento 285 acções no PIIM, com maior destaque para a construção e reconstrução de instituições escolares, unidades sanitárias, reparação de estradas, pontes, saneamento básico, entre outros.
