Luanda - A Polícia Nacional frustrou, nesta quinta-feira, uma manifestação, com pelo menos 150 jovens, que tentavam boicotar as celebrações do dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, na capital do país.
Segundo se apurou, os manifestantes tencionavam marchar até as proximidades do Palácio Presidencial para expressarem descontentamento por uma alegada má governação, falta de emprego e melhores condições sociais, tendo sido impedidos pelas forças da ordem.
Os manifestantes, na sua maioria jovens, concentraram-se às 11h00, junto ao cemitério da Santa Ana, e quando viram os seus intentos gorados pelas autoridades policiais enveredaram por actos de vandalismo, em algumas ruas da cidade, consubstanciados em queima de pneus, colocação de lixo e obstáculos nas estradas bem como danificação de bens públicos.
Devido a intervenção das forças policiais, os manifestantes tentaram alterar o percurso da manifestação, da Avenida Deolinga Rodrigues (ex-Estrada de Catete) para a Avenida Brasil, onde cometeram algumas irregularidades.
Conforme se constatou os manifestantes tentaram ainda impedir a circulação rodoviária entre o supermercado Shoprite e a zona da FTU, seguindo o grupo pelas imediações do bairro Rangel, desrespeitando as medidas de biossegurança, o distanciamento social e as normas de convivência em sociedade.
Os actos de vandalismo forçaram a intervenção dos bombeiros para extinguirem fogos em pneus queimados e viaturas paradas ou mesmo em circulação, relatou o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Provincial da Polícia em Luanda, Inspector-chefe Nestor Goubel.
“Os actos dos manifestantes levou com que as forças reagissem para manter a ordem pública, uma vez que não respeitaram o estipulado na Lei 16/91 (Lei da Manifestação)”, sublinhou o oficial da Policia Nacional, informando que foram detidos dois cidadãos, um dos quais transportava uma catana camufladamente.
O director disse ainda que tais acções visam desestabilizar e criar separação entre os cidadãos, mas que a Polícia vai tomar as medidas necessárias no sentido de impedir tais incidentes.
“A dada altura o jovem (com a catana) podia desferir um golpe em algum agente da Polícia e depois sair disfarçado no meio da multidão”, aventou o oficial da Policia.
Manifestação em Malanje
Ainda quinta-feira, em Malanje registou-se uma manifestação, envolvendo um grupo de cerca de 30 jovens auto-intitulados “activistas sociais”, que reclamaram do que consideram má governação do MPLA e o alto custo de vida no país.
Reclamaram também de uma alegada morosidade na resolução dos anseios da juventude angolana, da escassez de serviços sociais básicos, do desemprego galopante, da criminalidade e da prostituição, resultantes da pobreza que grassa no seio das famílias.
Segundo o coordenador da actividade, Arismendes Mendonça, a manifestação visou essencialmente despertar os detentores de cargos públicos, para a necessidade de uma governação fundamentada no patriotismo e que responda às necessidades mais prementes do povo angolano.
Criticou, por outro lado, a transição de projectos sociais de orçamento para orçamento, o que tem comprometido, no seu entender, a conclusão dos mesmos e levado a estagnação da província.
Arismendes Mendonça elogiou a postura pedagógica dos agentes da Polícia durante a manifestação, que durou cerca de duas horas, do largo Rainha Njinga para o 4 de Fevereiro, e realizada sem qualquer incidente, naquela que é a segunda actividade do gênero ocorrida em Malanje, em menos de um mês. A primeira aconteceu no dia 9 de Janeiro.