Lobito – Apesar dos 29 graus celsius e do fim das restrições às praias em Angola, este sábado, devido a Covid-19, a cidade do Lobito, na província de Benguela, registou hoje um movimento “tímido” de banhistas.
Numa ronda pela cidade, a Angop constatou que o movimento de citadinos em toda orla marítima, da ponta da Restinga, a norte, ao bairro da Cabaia, mais ao sul, incluindo a baía, onde as águas do mar são mais “tranquilas”, foi muito reduzido, face a ansiedade da abertura das praias.
Nalguns lugares, via-se poucas famílias e amigos a montarem mesas e cadeiras para realizar o habitual “almoço na praia”, não esquecendo a música para influenciar positivamente o ambiente.
Um dos banhistas, visivelmente emocionado, disse que “desde Março de 2019, em que foi decretado o Estado de Emergência por causa da Covid-19, estávamos limitados no acesso às praias. Tínhamos muitas saudades de dar um mergulho aos fins de semana, mas felizmente chegou o momento de satisfazer este desejo".
Sérgio Valentino, outro apreciador do mar, carregando a sua cana de pesca, também manifestou a sua satisfação, falando sobre o seu “hobby”, a pesca, bem como dos passeios de lancha, entre a baía e o mar alto, apreciando a briza e a beleza do mar.
O sector da restauração também começou a beneficiar com mais ênfase, após levantamento do Decreto Presidencial, na medida em que a procura pelos seus serviços aumentou, tendo em conta que as pessoas gostam de lazer à beira mar.
Sandro Barbosa, gestor do restaurante Luna Ocean Club, referiu-se ao facto de proporcionar, além dos serviços de bar, a prática balnear que os clientes, principalmente estrangeiros.
“O segredo da nossa subsistência está no nosso posicionamento, o lado do mar, acrescido de uma banda da casa que garante a música ao vivo, atraindo pessoal, tanto nacional como estrangero”, realçou.
Por outro lado, o responsável do restaurante “Alpha”, João Viegas, afirmou que a Covid-19 afectou o desempenho dos hoteleiros em todo o mundo e espera que o sector consiga recuperar e atrair mais clientes, já que os estabelecimentos dependem dos mesmos.
Por sua vez, os vendedores ambulantes, seus concorrentes directos, não deixaram escapar a oportunidade de facturar, uma vez que os seus produtos, sobretudo bebidas, ainda não pagam taxas.
No entanto, eles têm consciência que a partir de hoje, as praias vão estar mais sujas com latas vazias e garrafas de plástico espalhadas nalguns lugares, criando constrangimentos à Administração local na altura da limpeza.
Entretanto, técnicos da Capitania informaram que a zona costeira ou mar alto é a mais perigosa para mergulhar devido as fortes ondas, dada a descontinuidade de terra, pedras e profundidade nalgumas zonas, apesar de não haver placas de sinalização, que são normalmente retiradas por desconhecidos.
Já os nadadores salvadores, afectos aos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, afirmaram que estão prontos a intervir, no caso de salvamento ou aconselhamento para aquelas pessoas que gostam de afastar-se ou nadar em zonas perigosas.
A faixa costeira do Lobito é banhada pelo Oceano Atlântico e possui muitas zonas turísticas que ainda estão por explorar, como por exemplo a praia da Jomba, onde, do ponto mais alto da montanha, tira-se fotografias da Restinga, que aparece em quadros, publicidades e calendários, espalhados por vários países.
A cidade do Lobito conta com uma baía de cinco quilómetros de comprimento, tendo a parte mais larga dois km. O canal de acesso, que facilita a entrada e saída de navios, de e para o Porto do Lobito, mede 300 metros.