Primeira-dama quer ferramentas e serviços digitais nas comunidades

     Sociedade           
  • Luanda     Quinta, 13 Outubro De 2022    22h13  
Ana Dias Lourenço , Primeira Dama da República
Ana Dias Lourenço , Primeira Dama da República
Gaspar Dos Santos

Luanda – A primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, destacou, esta quinta-feira, na cidade da Praia (Cabo Verde), a necessidade de se dotar as comunidades de ferramentas e serviços digitais para acelerar a transformação e o bem-estar das populações rurais, com o papel activo e a inovação dos jovens agricultores.

Ana Dias Lourenço, que intervinha no debate sobre a influência das Primeiras-Damas no empoderamento de mulheres, no quadro da 6ª edição do Tropics Business Summit, frisou que é um dos caminhos a trilhar, acompanhados pela doutrina internacional e pela crescente preponderância do mundo digital.

“A Iniciativa 1000 Aldeias Digitais é paradigmática e está actualmente a ser testada em sete países africanos com o objectivo de equipar as comunidades com ferramentas e serviços digitais para acelerar a transformação e o bem-estar das populações rurais. Uma das medidas já implementadas consistiu na criação de uma aplicação para o registo electrónico de terras e outra aplicação para a gestão de pragas e doenças”, frisou.

Em Angola, adiantou, se estão a dar passos firmes no sentido de muitos dos princípios e objectivos mencionados, com o intuito de se pretende dotar as comunidades de conhecimentos e competências técnicas e comportamentais, através do seu empoderamento económico.

“Em 2020, criei a Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário, que se encontra totalmente comprometida com o desenvolvimento sustentável das comunidades, em particular, das comunidades rurais. A FDC actua junto dos grupos mais vulneráveis da sociedade, entre os quais estão as crianças, as jovens meninas e as mulheres, no sentido de promover valores basilares, como o respeito, a solidariedade, a ética, a inovação e a responsabilidade social”, disse.

Conforme Ana Dias Lourenço, o mercado africano abrange 1,2 mil milhões de consumidores, o que representa uma enorme oportunidade para impulsionar o crescimento económico, reduzir a pobreza e prover a inclusão económica.

Com mais de 34% das famílias africanas a viver ainda com menos de 2 dólares por dia, disse, é mais do que urgente o empoderamento das mulheres e o seu crescente envolvimento na actividade económica, potenciando assim um capital humano subaproveitado e um contributo insubstituível.

Adiantou que as lideranças femininas são de vital importância para a afirmação de África no mundo, pela sua voz, força e convicção.

“O meu apelo é para que todas as mulheres lutem pelo seu legítimo lugar e, sobretudo, para que persistam na sua luta para construir uma África, conscientes de que cada mulher tem um papel e uma missão a desempenhar. Para que as mulheres sejam, todas e cada uma no seu papel, parceiras inabaláveis do desenvolvimento: de forma decisiva, eficaz e inclusiva”, asseverou.

Na sua óptica, cada mulher tem um papel e uma missão a desempenhar, na família, no lar, no trabalho, na empresa ou na comunidade onde se insere, frisando que a igualdade de género é uma questão que deve estar no centro da discussão pública em África, não apenas por se tratar de uma questão de direitos humanos, mas também por ser  fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

“A necessária centralidade da igualdade de género na discussão pública em África não resulta apenas do facto de se tratar de uma questão de direitos humanos, mas também por ser fundamental para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas e os objectivos da Agenda 2063 da União Africana”, disse.

Ana Dias Lourenço apontou para a erradicação da pobreza, a necessidade de proteger o planeta das alterações climáticas, de assegurar a paz e prosperidade universais e a promoção de um espírito de parcerias e de cooperação como princípios orientadores da agenda global jamais atingível sem o papel activo da mulher.

Conforme a primeira-dama, as lideranças políticas africanas e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura assumiram um compromisso conjunto para investir na transformação do sistemas agro-alimentares, promover o comércio e o investimento dentro da Zona de Comércio Livre Continental Africana e assegurar que as mulheres, os jovens e os agricultores rurais sejam incluídos nos sistemas agro-alimentares do continente.

O Tropics Business Summit é um evento anual pan-africano que tem como objectivo aproximar os empresários, decisores políticos e comunitários, inovadores e empresas, proporcionando-lhes uma ampla plataforma de contactos e de negócios, abrangendo todos os mercados africanos. 

Pelo sexto ano consecutivo, o Tropics Business Summit reúne mais de 350 oradores, cerca de 500 jornalistas e profissionais de mídia, mais de 350 startups e investidores e 50.000 participantes online. 

O painel sobre “A Influência e Liderança Globais das Primeiras -Damas: como isso afecta o empoderamento da nova geração de jovens e mulheres africanas” pretende lançar um olhar global sobre a influência das Primeiras-Damas no processo de desenvolvimento de África e abordar a temática da igualdade do género e das lideranças femininas.

As Primeiras -Damas presentes no painel interagem com um diversificado leque de mulheres líderes, representando uma variedade de conhecimentos e ideias, mas compartilhando um objectivo comum: acelerar a promoção da igualdade do género e o empoderamento das mulheres nas suas próprias comunidades e em todo o continente africano.

As oradoras deram corpo a uma discussão informal em que partilharão a sua experiência e trocarão ideias com o público sobre a liderança das mulheres, no âmbito do processo de desenvolvimento sustentável de África.

 



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