Produtores defendem bancos comunitários de recursos fitogenéticos no país

     Sociedade           
  • Huíla     Terça, 15 Novembro De 2022    16h32  
Pomar de laranjeiras na cooperativa 1º de Maio na Matala, Huíla
Pomar de laranjeiras na cooperativa 1º de Maio na Matala, Huíla
António Escrivão

Lubango – A coordenadora do centro de recursos fitogénicos da Universidade Agostinho Neto (UAN), Joana Salvador Tchingango, defendeu hoje, terça-feira, no Lubango, a necessidade “urgente” da expansão de mais bancos comunitários de recursos naturais para a colecção e conservação de variedades alimentares.

A também ambientalista falava aos jornalistas à margem de um workshop sobre a importância dos recursos fitogenéticos na segurança alimentar da resiliência e preservação da biodiversidade, numa iniciativa do Governo da Huíla, em parceria com o Instituto Superior Politécnico Tundavala (ISPT).

Afirmou que o único centro de recursos fitogenéticos, com sede em Luanda, dispõe apenas de quatro mil e 200 acessos de conservação de variardes diversas instaladas em duas cadeias de frio (arcas), dai a necessidade “urgente” da sua expansão, na perspectiva de dar resposta a muitos recursos naturais a serem colectados, além da disponibilização de mais recursos humanos.

Segundo a especialista, um banco comunitário dos recursos naturais no país contribuirá, decisivamente para a segurança alimentar e nutricional, uma vez que, neste momento, as condições de conservação são mínimas, logo, precisam-se com maior urgência.

Para a especialista, as variedades locais de distintas espécies de culturas alimentares são hoje colectadas para evitar o seu desaparecimento, ou seja, são conservadas e caracterizadas para identificar os aspectos morfo-agronómicos para fins de uso em programas de melhoramento e documentadas para o conhecimento e divulgação.

“Hoje, face as alterações climáticas que assolam o mundo e inquieta a segurança alimentar, também são utilizadas na pesquisa, visando obter plantas que suportam excesso de água ou a falta dela”, disse.

Lembrou que estudos feitos pelo Centro de Recursos Filogenéticos, em 1991, com apoio do Instituto de Investigação Agronómica, demonstram haver em Angola uma grande diversidade biológica de plantas cultivadas e não só.

Fez saber que estes os estudos tiveram como base principal a recolha de germoplasma de culturas através dos campos dos agricultores em todo países a sua caracterização quanto aos aspectos morfológicos e agronómicos principalmente de tolerância a factores bióticos e abióticos.

Por sua vez a vice-governadora provincial da Huíla para o sector político, social e económico, Maria João Chipalavela, a região é, por excelência, agrícola com edafo-climáticas “muito interessantes”.

Afirmou que a província produz cereais, tubérculos, fruteiras e hortícolas, fruto do clima temperado que se registam por cada etapa da campanha agrícola, que representa um factor determinante no processo que depende da qualidade das sementes melhoradas a conservar.

Durante dois dias, os participantes vão abordar temáticas ligadas aos recursos fitogenéticos e para que servem, conservação e utilização dos recursos filogenéticos, a importância dos bancos comunitários na reposta as mudanças climáticas, recursos filogenéticos e melhoramento, legislação e tratados, que vai culminar com visitas de campo.

O evento tem dentre vários objectivos, a constatação da importância da preservação dos recursos filogenéticos no contexto actual de instabilidade global, crise climática e insegurança alimentar, das actividades, limitações e constrangimentos do Centro de Recursos Filogenéticos (CRF), enquanto entidade institucional responsável pela recolha, catalogação e preservação (ex-situ) dos principais estratégicos recursos filogenéticos de Angola.

Participaram do mesmo, quadros técnicos com elevado conhecimento no sector, com envolvimento dos departamentos e direcções nacionais relacionadas com a preservação e utilização dos recursos fitogenéticos, agricultura e conservação da biodiversidade, sistema de sementes, academia, associações empresariais, cooperativas organizações de produtores, instituições de investigação científica e agências de desenvolvimento.





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