Huambo - Cento e 87 mulheres portadoras de deficiência visual na província do Huambo serão beneficiadas com acções de advocacia sobre a protecção dos seus direitos, através da implementação, nesta sexta-feira, do projecto Epandi, constatou a ANGOP.
O projecto Epandi, uma expressão da língua umbundu que significa “Coragem”, vai ser implementado pela Associação Nacional dos Cegos e Amblíopes de Angola (ANCAA), no âmbito do plano Essumbilo da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
A propósito, a coordenadora da ANCAA no Huambo, Claudeth Silva Capapelo, fez saber que a iniciativa, financiada pela União Europeia, num valor de quatro milhões de Euros, visa promover os direitos das mulheres com deficiência visual, para uma melhor participação e inclusão na vida social, económica, política e cultural do país.
Acrescentou que a mesma está virada na perspectiva dos direitos humanos, daí a necessidade da sua implementação, no sentido de promover a mudança de atitude e comportamentos na sociedade, com foco no bem-estar do grupo alvo.
A responsável disse que para a execução do projecto que terá a duração 28 meses, subdivididos em três fases, com 14 na primeira e sete nas duas últimas, serão desenvolvidas como linhas de força a prevenção da cegueira, o resgate dos valores morais, os direitos económicos e sociais, culturais e políticos.
Conforme a interlocutora, entre as estratégias consta ainda a consciencialização das instituições públicas e privadas, bem como a sociedade em geral, sobre a observância e o cumprimento da Lei de Base de Protecção das Pessoas com Deficiência e das Acessibilidades, que serão efectivadas através da realização de palestras, workshop, debates radiofónicos e seminários.
Por outra, Claudeth Silva Capapelo considerou preocupante o nível de discriminação das mulheres portadoras de deficiência visual, por sofrerem todo tipo, desde a violência doméstica, física, sexual, moral e, sobretudo, a fuga à paternidade.
Apontou a falta de recursos financeiros como a principal dificuldade que a ANCAA no Huambo enfrenta para a garantia dos resultados desejados das políticas que visam promover o bem-estar dos seus associados, tendo, por isso, solicitado apoio das organizações públicas, privadas e da sociedade civil.