Ndalatando – A Direcção Provincial do Instituto da Criança registou, de Janeiro a Maio deste ano, 190 casos de violação contra a criança, 37 dos quais de abuso sexual.
De acordo com o director em exercício do Instituto Nacional da Criança (INAC) no Cuanza Norte, José Pedro Tango, no mesmo período em 2022, a instituição registou 86 casos.
José Tango, que falava à ANGOP a propósito da Marcha de Repúdio contra a Violência Infantil, considerou a situação da criança na província “preocupante”, devido ao aumento de casos de abuso.
Na província, afirmou, regista-se todo tipo de violência contra a criança, destacando a física, psicológica, o abandono, a negligência e sexual.
Grande parte dos crimes, prosseguiu, acontecem na família, praticados por progenitores, outros familiares ou pessoas próximos das vítimas, por questões culturais.
Para minimizar a situação, segundo a fonte, a instituição está a trabalhar na prevenção, por via da realização de palestras, debates e encontros de concertação.
No entanto, a vice- governadora para o sector Político, Económico e Social, Luzia Sebastião Bartolomeu, informou que dez cidadãos estão detidos por susposto envolvimento em casos de abuso sexual contra menores e transmissão dolosa de HIV/SIDA.
Os supostos infractores encontram-se na Penitenciária do Cuanza Norte, mas há a possibilidade de alguns serem transferidos, em caso de condenação, para cadeias de alta segurança pelo grau de perigosidade.
Este trabalho, informou a vice-governadora que presidiu o acto, resultou da acção combinada entre o Governo Provincial, os orgãos de Justiça, autoridades tradicionais e religiosas, assim como com a Direcção Provincial do INAC.
A marcha faz parte da Jornada da Criança e visou assinalar antecipadamente o 4 de Junho, Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão. IMA/AL