Luena - A progressão “imparável” da ravina do bairro Aço, arredores do Luena, provocada pelas chuvas da última madrugada, obrigou os moradores que vivem à margem da erosão a abandonar as suas residências, constatou a ANGOP, no local.
As enxurradas que se abateram desde a noite de quarta-feira até às primeiras horas desta quinta-feira sobre a cidade do Luena agravram a progressão da ravina em cerca de 15 metros, causando desabamentos total e parcial de algumas residências circundantes à erosão.
Em apenas sete dias, a ravina de 320 metros de cumprimentos progrediu mais 65 metros, já com ramificações, seguindo em direcção à moradias e equipamentos socio-económicas.
"Hoje não dormimos devido ao medo, observamos a progressão da ravina e esta manhã não nos restou outra solução senão abandonar as nossas próprias residências", lamentou Sandra Margarida, moradora do bairro há 20 anos.
Por sua vez, a septuagenária Teresa Inês, que acompanhou o “nascer” da ravina desde os anos 90, está preocupada porque a sua residência, que está a cinco metros da ravina, pode ser “engolida” a qualquer momento.
A anciã pede a intervenção do governo para estancar a ravina e ao mesmo tempo espaço para albergar o resto da família sob sua tutela.
Dados preliminares dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros indicam que as últimas enxurradas aceleraram a progressão de quase todas ravinas que circundam a cidade do Luena, com destaque para a do bairro Caminina, prestes a afectar a principal Estação de Tratamento de Água (ETA) do Luena.
Ao falar à ANGOP, o comandante-adjunto para área de Protecção Civil dos Bombeiros, Guerra Evaristo, alertou sobre os perigos desse fenómeno erosivo.
No município dos Lutchazes, 347 quilómetros a sul do Luena, a chuva deixou ao relento 40 famílias, além destruir casas, tornar as vias intransitáveis e a progressão de cinco ravinas.
De acordo o administrador municipal- adjunto, Alberto Nhumbo Mukanda, nesse momento os sinistrados estão alojadas em casas de familiares.
As vítimas precisam de material de cosntrução e chapas de zinco, meios ultrapassa a capacidade de intervençao da adminstração local.
Dados oficiais de até 2019, indicam que a província do Moxico tem mais de 21 ravinas, sendo três das quais nos bairros periféricos da cidade, nomeadamente Zorró, 4 de Fevereiro e Caminina.