Huambo – A impossibilidade de conter a progressão de 15 ravinas, por falta de dinheiro, ameaça destruir diversos bens públicos na província do Huambo, informou hoje, quinta-feira, o director local dos Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Francisco Neto.
Ao falar à ANGOP, o responsável disse tratar-se de erosões com avanços notáveis nos municípios do Bailundo, Caála, Huambo e Longonjo, com um nível de progressão que, do ponto de vista técnico, preocupa as autoridades locais.
Estas, explicou, caso não se encontre soluções de contenção, podem comprometer a circulação do comboio do Caminho-de-Ferro de Benguela, no troço Caála/ Longonjo, para além de “engolir” as 200 casas sociais nesta última municipalidade.
Segundo Francisco Neto, estas ravinas representam, igualmente, perigo às centralidades Fernando Faustino Muteka (Caála) e do Lossambo (Huambo) e outras infra-estruturas sociais, incluindo residências particulares.
Disse que as mesmas estão a progredir, de forma intensa, não obstante os trabalhos de intervenção que o Gabinete dos Serviços Técnicos e Infra-estruturas tem realizado, dentro capacidade técnica e financeira que possui.
Sem revelar o orçamento necessário, o director explicou que a contenção destas ravinas exige investimentos, do ponto de vista orçamentais e técnicos, com base no estudo feito sobre o estado das mesmas, pois necessitam de um trabalho mais específico, por possuírem, na sua maioria, mais de 20 metros de profundidade.
Francisco Neto revelou a existência de outras ravinas de pequenas dimensões em todos os municípios da província, por causa da situação geográfica desta região do Planalto Central.
O responsável fez saber, também, que a instituição está a trabalhar com as administrações municipais na sensibilização da população a evitar a exploração desordenada de inertes, enquanto uma das causas do surgimento das ravinas.
Na ocasião, disse terem já se registado inúmeros prejuízos causados pelas ravinas na província, com destaque para o desabamento de pontes de madeiras, passagens hidráulicas e residências.
Esta província tem uma extensão territorial de 35.270 quilómetros quadrados e uma densidade populacional estimada em dois milhões 600 mil habitantes, distribuída pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.