Icolo e Bengo - Duas ravinas derivadas de uma bacia de retenção das águas pluviais e residuais, na centralidade do quilómetro 44, município do Icolo e Bengo, ameaçam destruir dois prédios de dois andares cada, constatou a ANGOP.
Os barrancos que progridem em direcção aos edifícios do bloco 3, a cada chuva que cai, está a preocupar os moradores que apelam a uma intervenção urgente visando evitar o pior.
Além da erosão, os munícipes, sobretudo os do mesmo bloco, reclamam da inoperância dos esgotos que estão a fazer o retorno das águas residuais e até mesmo dejectos para o interior das residências do rés-do-chão.
Outra preocupação manifestada tem a ver com a possível queda de uma torre de alta tensão, por estar próximo a bacia de retenção e que, quando chove com intensidade, o mesmo fica no meio da lagoa.
De acordo com Maria Bernardina Vicente, moradora da centralidade há quatro anos, todos os problemas são do conhecimento da administração, porém, lamenta a demora para a solução dos mesmos.
Fez saber que os prédios 1 e 2, são os mais afectados chegando a registar inundações no interior dos apartamentos, em virtude do volume de águas que se concentram neste local.
"Estamos sem saber a quem mais reclamar para estancarem essas ravinas que poderão causar mortes se nada for feito com rapidez", disse.
Os moradores pagam mais de 24 mil kwanzas cada, pela renda dos imóveis e são de opinião que o Fundo de Fomento Habitacional, também devia responsabilizar-se por estes danos.
"Solicitamos várias vezes o Fundo mas eles nem nos recebem sequer", disse.
Entretanto, a ANGOP solicitou por duas vezes, uma entrevista aos responsáveis do Fundo, mas estes negaram-se a prestar informações.
Por sua vez, o administrador municipal adjunto para área técnica, Gilberto Adão, fez saber em entrevista à ANGOP que o Fundo de Fomento Habitacional devia encontrar alguma solução para os moradores afectados, pois são os gestores da Centralidade.
Esclareceu que sempre que há inundação, tem sido a Administração a realizar paliativos, efectuando a sucção, mas que tem sido insuficiente.
Revelou que após a construção da centralidade, a empresa construtora, notando uma eventual anomalia, informou ao Fundo Habitacional para que não permitisse habitantes nos prédios em causa, o que foi ignorado.
"Fruto disso, notando inundação após fortes chuvas, a Administração viu-se obrigada a solicitar a empresa Ípermáquinas, para que fizesse uma bacia de retenção, próximo aos edifícios", explicou.
Com relação à torre de alta tensão, o responsável tranquilizou e garantiu ter avaliado com responsáveis da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) e o mesmo não oferece perigo, apesar de as vezes haver água à sua volta.
A Centralidade do KM44, no município do Icolo e Bengo, compreende 2.248 apartamentos distribuídos por nove blocos, em edifícios de dois pisos, perfazendo a área total de construção de 216.467 metros quadrados. AJQ